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Cidade histórica do litoral de SP atrai visitantes com ruínas jesuítas

As Ruínas do Abarebebê, um dos sitios arqueológicos mais antigos do Brasil, estão de volta e cheias de história para contar. Localizadas em Peruíbe, no litoral de São Paulo, essas ruínas reabriram para visitação em julho de 2025, trazendo à tona trechos da história jesuíta e indígena que fazem parte da rica formação do nosso país.

Construídas por volta de 1560, essas ruínas já atraíam um número crescente de visitantes, incluindo moradores da Baixada Santista e turistas de várias partes do Brasil. Todos com a mesma curiosidade: saber mais sobre a presença jesuíta no Brasil durante o período colonial.

Nos últimos meses, o local tem sido um verdadeiro destino turístico. As filas de visitantes são um sinal claro do interesse crescente por explorar não apenas um monumento, mas um pedaço bastante significativo da nossa herança cultural.

Ruínas do Abarebebê: patrimônio histórico e cultural

Esse sítio histórico é mais do que uma atração; é um patrimônio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT). A antiga igreja de São João Batista, feita de argila misturada com pedra, é um dos primeiros exemplos de construção religiosa no litoral brasileiro, mostrando claramente a colonização portuguesa na região.

Antes da reabertura, as Ruínas do Abarebebê estavam fechadas durante grande parte do ano, exceto algumas datas específicas, como férias escolares. No entanto, agora, a expectativa é que mais e mais pessoas tenham a chance de vivenciar essa parte da história do Brasil.

Aldeamento de São João Batista e presença jesuíta

Um dos grandes atrativos do local é a antiga igreja, que foi parte do Aldeamento de São João Batista do Abarebebê. Esse aldeamento, fundado por jesuítas com apoio da Coroa Portuguesa, era um espaço único no litoral paulista e acolhia indígenas da etnia tupi. Essa interação entre jesuítas e indígenas foi fundamental na tentativa de integrar esses povos à cultura europeia.

Os registros indicam que o aldeamento operou até 1804, quando os jesuítas foram expulsos das terras brasileiras. Essa história rica dá profundidade ao que vemos hoje nas ruínas.

Educação no Brasil Colônia: segundo colégio de meninos

Outro ponto interessante sobre as Ruínas do Abarebebê é que elas abrigaram o segundo colégio de meninos do Brasil, logo após o Colégio de São Vicente. Essa instituição foi crucial para a formação cultural e religiosa dos habitantes da Capitania de São Vicente. Ela introduziu noções de leitura, escrita e catequese, deixando um impacto importante na educação da época.

Padre Leonardo Nunes: o “padre voador”

O nome “Abarebebê” vem do tupi e significa “padre voador”, uma referência ao padre Leonardo Nunes. Dizem que ele era tão presente e ativo na região que impressionava os indígenas, levando-os a acreditar que ele poderia estar em vários lugares ao mesmo tempo. Nunes foi um missionário jesuíta que se destacou na defesa dos povos indígenas e no trabalho de evangelização.

Visitação, ingressos e localização

Para visitar as Ruínas do Abarebebê, você deve ir até a Rua do Mosteiro, no bairro Ruínas, em Peruíbe. As visitas estão liberadas em dias específicos, por exemplo, nos dias 25, 26 e 27 de julho, sempre das 9h às 17h.

Os ingressos são acessíveis, custando apenas R$ 5 para adultos e R$ 2,50 para estudantes e idosos. Para grupos ou escolas, é importante fazer um agendamento prévio por e-mail ou telefone. Vale ressaltar que as visitas podem ser canceladas em caso de mau tempo, garantindo a segurança dos visitantes e a preservação das ruínas.

Ruínas do Abarebebê: turismo, cultura e educação

A reabertura dessas ruínas traz à tona o potencial turístico e educativo da Baixada Santista, evidenciando a importância do patrimônio histórico brasileiro. As visitas guiadas oferecem um olhar aprofundado sobre o contexto da época e as personalidades históricas que marcaram essa região.

Os visitantes têm a oportunidade de caminhar entre vestígios arqueológicos e visualizar as antigas paredes de barro e pedra que, com o tempo, se tornaram testemunhas silenciosas de nossa história.

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