Hiroshima e Nagasaki: 80 anos das bombas nucleares

Oitenta Anos dos Bombardeios de Hiroshima e Nagasaki: Reflexões de Sobreviventes
Em 2025, completam-se 80 anos dos bombardeios atômicos que devastaram Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945, durante a Segunda Guerra Mundial. A sobrevivente Masako Wada, ex-secretária-geral da Nihon Hidankyo, organização de defensores da paz formada por sobreviventes, destaca que mesmo após oito décadas, as lições desses eventos não foram aprendidas. Wada, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2024, alerta que a atual situação geopolítica, com conflitos em países como Ucrânia e na região do Oriente Médio, aumenta o risco de nova guerra nuclear.
Toshio Tanaka, que tinha apenas seis anos quando a bomba foi lançada sobre Hiroshima, compartilha das preocupações de Wada. Em sua visão, a continuidade dos conflitos pode levar a consequências catastróficas, como uma possível Terceira Guerra Mundial.
O Contexto dos Bombardeios
Os ataques nucleares dos Estados Unidos foram um ponto crucial na história, e a decisão de utilizá-los gera debates há anos. Por um lado, alguns especialistas argumentam que o uso das bombas foi necessário para encerrar a guerra e salvar vidas. Por outro, muitos consideram essa ação como imoral, já que resultou na morte de dezenas de milhares de civis.
Hiroshima: O Primeiro Ataque
No dia 6 de agosto de 1945, às 8h15, uma bomba de urânio chamada "Little Boy" foi lançada sobre Hiroshima. A explosão, que ocorreu a cerca de 600 metros do solo, gerou temperaturas superiores a 4.000 °C, resultando em uma devastação sem precedentes. Estima-se que entre 50 mil e 100 mil pessoas tenham morrido imediatamente, com o total de vítimas podendo ultrapassar 140 mil até o fim do ano, devido aos efeitos da radiação e ferimentos.
O dia começava ensolarado, mas em questão de segundos, a cidade se transformou em um cenário de horror, com pessoas queimadas e desorientadas buscando ajuda. Dois terços dos edifícios foram destruídos, e a cidade ficou em ruínas.
Nagasaki: O Segundo Ataque
Três dias após Hiroshima, no dia 9 de agosto, a cidade de Nagasaki foi alvo de um novo bombardeio. A bomba, chamada "Fat Man", continha plutônio-239 e explodiu a 500 metros de altura. Embora a explosão tenha sido mais poderosa do que a de Hiroshima, o terreno montanhoso limitou a área de destruição a 7,7 km², com quase 40% da cidade em ruínas. Estima-se que entre 28 mil e 49 mil pessoas morreram no dia da explosão.
Efeitos Duradouros da Radiação
Os efeitos das bombas foram devastadores e duradouros. Os sobreviventes, conhecidos como hibakusha, enfrentaram sérios problemas de saúde, como queimaduras, doenças e traumas psicológicos. O número de leucemias e outros tipos de câncer aumentou consideravelmente entre os moradores de Hiroshima e Nagasaki nas décadas seguintes.
A Luta Atual
Atualmente, Hiroshima e Nagasaki se tornaram símbolos da paz, com monumentos e museus homenageando as vítimas. Muitos hibakusha, agora com idade avançada, continuam a compartilhar suas histórias para lembrar ao mundo os horrores da guerra e para exigir a abolição das armas nucleares.
Masako Wada e outros defensores enfatizam que, sem o reconhecimento das consequências de tais armas, a história pode se repetir. Eles afirmam que é crucial garantir que novas gerações não enfrentem o mesmo destino tragédico. Essa mensagem de paz e a necessidade de abolir as armas nucleares continuam a ecoar, especialmente em um momento em que a tensões globais ainda são altas.