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Navios brancos que protegem o Brasil sem armamentos

Pouca gente sabe, mas os “navios brancos” da Marinha do Brasil desempenham um papel vital para a nossa soberania e desenvolvimento. Esses barcos, sem armamentos pesados, são equipados com sonares e sensores de alta precisão. Com uma frota de 21 embarcações, eles navegam silenciosamente, garantindo a segurança de quem está no mar e desvendando os mistérios do ambiente marinho.

O que são os “navios brancos” e qual a sua missão?

Esses navios não têm canhões, mas são recheados de tecnologia como ecobatímetros e posicionadores super precisos. As embarcações hidroceanográficas da Marinha são essenciais para a segurança da navegação, além de atuarem na pesquisa científica e monitoramento ambiental.

A principal missão deles é manter as rotas marítimas seguras e proteger vidas humanas. Com levantamentos hidrográficos e produção de cartas náuticas, que funcionam como mapas do mar, essas embarcações ajudam a prever o tempo e garantir que boias e faróis estejam em perfeito estado. Elas identificam áreas perigosas, alertando os navegantes e contribuindo para uma navegação mais segura.

Mapeando as águas brasileiras

Esses navios geralmente operam em regiões de difícil acesso, enfrentando águas rasas e canais estreitos de rios. Assim, eles descobrem novas rotas e ampliam o conhecimento sobre a geografia das nossas águas.

De acordo com o Capitão de Fragata Jorge Luiz Nascimento de Paula, a hidrografia da Marinha é indispensável tanto para a segurança quanto para a ciência no país. Um exemplo marcante foi o Navio de Pesquisa Hidroceanográfico “Vital de Oliveira”, que, em 2015, localizou o único navio de guerra brasileiro que havia afundado durante a Segunda Guerra Mundial.

A rotina intensa dos hidrógrafos

Trabalhar a bordo dos navios brancos não é nada fácil. O Suboficial-Mor Alberto Rêgo Chaves Junior, com mais de 30 anos de experiência e 1.600 dias de mar, compartilha um pouco da rotina intensa. As equipes estão sempre coletando, processando e verificando dados, em um trabalho que não para 24 horas por dia.

Ele explica que há uma verdadeira harmonia entre os grupos de trabalho. As equipes se revezam na operação dos equipamentos, garantindo a qualidade das informações. Apesar da carga pesada, o Suboficial afirma que se pudesse voltar atrás, escolheria essa carreira novamente. Para ele, os navios brancos representam muito mais do que um trabalho; são uma realização pessoal e profissional.

A importância dos navios brancos em cenários de combate

Essas embarcações não são relevantes apenas em tempos de paz; elas têm um valor estratégico considerável. O Capitão de Fragata Jorge Luiz destaca que, em situações de conflito, os navios hidroceanográficos podem operar em cenários bem complexos. Eles podem fazer levantamentos de praias para operações e auxiliar em reconhecimento de áreas críticas.

Da Antártica à formação de novos profissionais

Além dos navios brancos, a Marinha também opera os “navios vermelhos” na Antártica, como o NApOc “Ary Rongel” e o Navio Polar “Almirante Maximiano”. Eles apoiam o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) e, em sua última operação, contribuíram para 23 projetos científicos, envolvendo 134 pesquisadores.

Os navios da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) são também plataformas de aprendizado. Eles abrigam estudantes de oceanografia para estágios e ajudam a formar tanto militares quanto civis. Participam ativamente da sinalização náutica, instalando faróis e boias que guiam navegadores, protegendo o comércio brasileiro, que depende em grande parte de portos seguros.

Os navios brancos da Marinha do Brasil são uma parte fundamental da nossa segurança e conhecimento sobre as águas, realizando um trabalho silencioso, mas essencial para todos nós.

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