Obra conecta dois continentes e promete ser incrível

Uma obra monumental está prestes a se tornar realidade! A Arábia Saudita vai construir uma ponte que ligará a África à Ásia pela primeira vez na história moderna. Batizada como Ponte Rei Salman bin Abdulaziz, mas mais conhecida como “Ponte de Moisés”, essa estrutura não é só uma maravilha da engenharia. Ela faz parte de um grande plano da Arábia Saudita, que inclui turismo, mobilidade, religião e inovação urbana, vislumbrando um futuro promissor.
Um projeto bilionário para conectar civilizações
Anunciada por autoridades egípcias e sauditas, a ponte vai atravessar o Estreito de Tirã, uma área estratégica no Mar Vermelho. Com um investimento de US$ 4 bilhões completamente financiados pela monarquia saudita, a ponte terá uma extensão entre 14 e 32 quilômetros, dependendo das avaliações finais dos órgãos ambientais e das negociações diplomáticas entre os dois países.
Ela começará em Sharm el-Sheikh, no Egito, e terminará em Neom, a megacidade futurista saudita que está sendo construída no noroeste do país. Essa região já foi um ponto de tensões entre Egito e Israel, fazendo parte de um acordo de desmilitarização mediado pela ONU.
Em junho de 2025, o ministro egípcio dos Transportes, Kamel al-Wazir, revelou que todos os estudos técnicos estão prontos e que a construção pode começar assim que receber a aprovação dos governos. Ele ressaltou que a obra tem uma importância estratégica, prometendo impulsionar o turismo, facilitar peregrinações e aumentar o comércio entre esses dois continentes.
A ponte para a cidade do futuro: Neom como destino
A nova rota beneficiará principalmente Neom, uma cidade idealizada para ser um exemplo de energia renovável e urbanismo inovador. Dentro desse projeto, existe The Line, uma cidade linear de 170 quilômetros que não terá carros, promovendo um modelo de transporte subterrâneo e uma pegada de carbono zero.
A previsão é que Neom tenha uma inauguração parcial em 2030. Atualmente, a única maneira de chegar lá a partir da África é através de balsas lentas geridas pela Arab Bridge Maritime Co. Com a construção da ponte, vai ser possível atravessar diretamente com veículos. Futuramente, pode até haver espaço para trilhos ferroviários, embora essa ideia ainda esteja em estudo.
Segundo o planejador urbano Fahd Al-Harbi, “Esse não é apenas um projeto de mobilidade. É uma ponte entre civilizações, revitalizando uma rota histórica que conecta o Egito à península arábica, trazendo a tecnologia do século XXI”.
Simbolismo religioso, desafios diplomáticos e preocupações ambientais
O nome “Ponte de Moisés” foi escolhido por motivos que vão além da engenharia. Essa área é significativamente associada à passagem de Moisés pelo mar, algo que as autoridades sauditas usam para promover a ideia de renascimento e conexão espiritual.
Entretanto, o projeto encara desafios complexos. Ambientalmente, o Estreito de Tirã é conhecido por abrigar ecossistemas delicados, como recifes de corais que precisam ser protegidos. Isso significa que a construção exigirá técnicas de engenharia cuidadosas e controle ambiental rigoroso.
Na esfera diplomática, a ponte deve estar em conformidade com os Acordos de Camp David, que determinam a liberdade de navegação no estreito para Israel. Informações de fontes israelenses indicam que o país não se opõe ao projeto, mas exige garantias de que a navegação não será restringida.
Em resposta a esses desafios, o embaixador saudita nas Nações Unidas, Abdallah Al-Mouallimi, declarou que estão comprometidos em respeitar as leis e acordos internacionais, ressaltando que a ponte deve ser vista como um símbolo de estabilidade, não de tensão.