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Cidade com apenas 833 moradores é a menor do Brasil

O título de cidade com menos habitantes do Brasil vai para um pequeno e sossegado município de Minas Gerais. Serra da Saudade, segundo o Censo Demográfico de 2022, realizado pelo IBGE, tem apenas 833 moradores. Isso mesmo, menos que muitos condomínios ou escolas em grandes cidades. A vida por ali é muito comunitária, e a tranquilidade é uma das características marcantes do lugar.

Além de ser pequena, Serra da Saudade tem uma realidade bastante peculiar. Já foi um ponto de passagem importante de uma estrada de ferro, mas atualmente vive com uma paz que poucos lugares no Brasil conseguem oferecer. Porém, a cidade enfrenta desafios sérios para manter seus habitantes e garantir um futuro estável.

A confirmação do Censo de 2022: os números da menor cidade do país

O Censo de 2022 confirmou Serra da Saudade como a cidade com menos habitantes do Brasil, com 833 moradores. Surpreendentemente, esse número representa um crescimento bem pequeno: em 2010, a população era de 815. Ou seja, em 12 anos, só acrescentaram 18 novas pessoas.

Recentemente, em maio de 2024, o Cartório de Registro Civil indicou uma leve queda para 831 residentes. Isso aconteceu devido a um crescimento natural negativo; entre fevereiro e maio de 2024, houve três falecimentos e apenas um nascimento. Os municípios mais próximos em termos de população são Borá, em São Paulo, com 907 habitantes, e Anhanguera, em Goiás, com 924.

A história que explica o tamanho da cidade

A história de Serra da Saudade está ligada à Construção da Estrada de Ferro Paracatu. O povoado começou a se desenvolver em 22 de julho de 1925, com a inauguração da Estação Melo Viana, que se tornou o coração econômico da região. Era por ali que passava a produção de café, gado e madeira.

Com o impulso da ferrovia, o distrito se emancipou de Dores do Indaiá em 30 de dezembro de 1962 e foi formalmente instalado como município em 1º de março de 1963. Porém, em 1969, a ferrovia foi desativada e, sem essa renda, a cidade não conseguiu se reinventar, resultando na estagnação e na dependência da administração pública.

O dia a dia em Serra da Saudade: sem hospital, banco e farmácia

Na cidade com menos habitantes do Brasil, o cotidiano é marcado pela falta de muitos serviços essenciais. Não existem hospitais, agências bancárias, postos de combustíveis ou farmácias. E para complicar, a cidade também não conta com linhas de ônibus.

Para suprir algumas necessidades, a prefeitura atua diretamente. Por exemplo, o posto de saúde local fornece gratuitamente os medicamentos à população. Como não há um posto de combustível, os moradores precisam se programar para abastecer nos estados vizinhos, como Estrela do Indaiá, que fica a 15 km de distância. O comércio local é resumido a dois mercados, uma padaria e uma loja de roupas.

A cidade que não registra um homicídio desde 1967

Um dos traços mais marcantes de Serra da Saudade é a tranquilidade. O último homicídio registrado ocorreu em 1967, há mais de 56 anos! A criminalidade é praticamente inexistente; em 2022, só foram registrados dois furtos.

Esse ambiente seguro é resultado de um policiamento comunitário eficiente. O pequeno destacamento da Polícia Militar conhece todos os moradores e interage cordialmente com visitantes. A comunidade também exerce um papel importante na segurança, avisando sobre qualquer atividade suspeita.

Êxodo de jovens e a busca por sustentabilidade

Apesar de todo esse sossego, o futuro de Serra da Saudade parece incerto. O principal desafio é o êxodo de jovens que saem em busca de melhores oportunidades de emprego e estudo em cidades maiores, o que contribui para o envelhecimento da população. A economia local, que depende muito de repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), é vulnerável.

Pensando em soluções, a administração local está apostando no turismo rural e de patrimônio, buscando valorizar a história da ferrovia antiga. Também está investindo em tecnologia, oferecendo Wi-Fi gratuito nas praças e cursos de Educação a Distância (EAD). Tudo isso para criar novas oportunidades e, quem sabe, garantir a sobrevivência da cidade com menos habitantes do Brasil.

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