Rede D’Or faz proposta para adquirir o Fleury
A Rede D’Or está se preparando para fazer uma oferta de compra do Grupo Fleury, uma ação que representa mais um passo na verticalização do setor de saúde no Brasil. Essa informação foi confirmada por fontes que estão familiarizadas com as negociações em andamento.
O plano é realizar uma oferta em dinheiro, mas também incluir o pagamento em ações. Essa estratégia visa permitir que os acionistas que desejam permanecer na empresa possam fazê-lo. O banco JP Morgan está atuando como assessor da Rede D’Or, enquanto o Morgan Stanley presta assessoria ao Fleury. As discussões começaram há aproximadamente um mês, e a oferta efetiva ainda não é considerada iminente.
As conversas entre as duas empresas começaram há cerca de três meses, quando Jorge Moll, fundador da Rede D’Or, entrou em contato com o Bradesco. O banco mostrou-se favorável à união, especialmente porque possui uma participação de 24,9% no Fleury, que atualmente é avaliado em R$ 6,9 bilhões na Bolsa. Nos últimos 12 meses, as ações do Fleury caíram 20%, ao passo que a Rede D’Or tem um valor estimado em R$ 75 bilhões.
Para que a proposta seja bem-sucedida, a Rede D’Or precisará contar com o apoio do grupo de médicos que detém 11% das ações do Fleury. Esses médicos ocupam três assentos no conselho da empresa e historicamente têm influência nas decisões estratégicas. Além disso, a família Pardini, que também possui três cadeiras no conselho de um total de 10, deverá ser considerada durante as negociações.
A Rede D’Or já teve participação no Fleury há 15 anos, quando a família Moll vendeu sua rede de laboratórios, chamada Labs D’Or, por R$ 1 bilhão. Posteriormente, a família desfez sua participação na empresa, vendendo suas ações no mercado.
Essa proposta de aquisição do Fleury pela Rede D’Or, com a aprovação do Bradesco, representa um segundo esforço de colaboração entre as duas empresas. No ano passado, elas estabeleceram uma joint venture chamada Atlântica D’Or, parceria que envolve três hospitais inicialmente. Esta joint venture foi uma estratégia para que o Bradesco pudesse verticalizar parcialmente sua operação no setor de saúde e, assim, obter melhores condições de negociação em meio aos desafios atuais de regulação e inflação no setor de saúde suplementar.