Governo planeja gastar R$ 1 trilhão em 2026, impacts no bolso

A situação das contas públicas para 2026 é desafiadora, especialmente por conta dos gastos com a Previdência Social. Não estamos falando apenas de salários, mas também de benefícios e outras questões jurídicas que impactam diretamente nos números. Para quem está de olho no futuro econômico do Brasil, isso pode ser motivo de atenção.
De acordo com dados do INSS, os gastos da Previdência devem alcançar R$ 1,072 trilhão em 2026. Isso representa um aumento de R$ 87,2 bilhões em relação ao ano anterior. Um crescimento considerável, que exige uma estratégia para equilibrar as contas e evitar um rombo maior.
O impacto
Esse aumento de gastos é de 8,9% em termos nominais, ultrapassando as expectativas da economia do país. O desafio é encontrar um ponto de equilíbrio entre despesas e receitas, considerando que esses números não incluem gastos de estados e municípios, nem questões judiciais.
Um fator que agrava ainda mais essa situação é a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que declarou a inconstitucionalidade de certas contribuições para os trabalhadores autônomos, especialmente em relação ao salário-maternidade. Isso pode acarretar um custo adicional de R$ 8,5 bilhões em 2026, enquanto, entre 2027 e 2029, os valores podem chegar até R$ 42,3 bilhões em quatro anos. Um impacto significativo.
Outro ponto a considerar é o salário mínimo.Para 2026, a previsão de reajuste é de 7,44%. Atualmente, o salário está em R$ 1.518, mas deve ultrapassar R$ 1.630. Essa mudança pode resultar em um custo adicional de R$ 34 bilhões, impactando cerca de 45,3% das pessoas que recebem benefícios.
A expansão vegetativa dos benefícios também chama a atenção. Isso se refere ao aumento na concessão de pensões, aposentadorias e auxílios, com um acréscimo estimado de mais de R$ 26,1 bilhões em 2026. Esse crescimento é natural, dado o envelhecimento da população e a inclusão de novos beneficiários.
Além disso, houve alterações no auxílio-doença. Com uma Medida Provisória, o prazo máximo para o repasse do benefício foi reduzido de 180 para 30 dias, podendo gerar economia. Essa mudança, no entanto, levanta preocupações entre os trabalhadores, que falam sobre uma possível sobrecarga na perícia. Estima-se que essa medida possa afetar até 3,6 milhões de pessoas até o final do ano.
Diante de tudo isso, a necessidade de encontrar novas soluções para as finanças públicas se torna urgente. A temporada de ajustes e medidas para 2026 está apenas começando, e o cenário, ao menos por enquanto, parece bastante dinâmico.