Caças dos EUA escoltam avião de Putin no Alasca pela primeira vez

A recente situação no Alasca envolvendo caças dos EUA e um avião de Putin gerou uma repercussão bastante significativa, superando as expectativas em termos de protocolo diplomático. Durante a cúpula que reuniu Donald Trump e Vladimir Putin em Anchorage, houve um detalhe curioso: o avião presidencial russo, um Il-96, foi escoltado por quatro caças F-35 americanos ao sair do espaço aéreo norte-americano. Essa foi a primeira vez que um voo oficial russo recebeu esse tipo de atenção nos Estados Unidos, destacando a Singularidade do encontro.
Por que houve a escolta inédita
Assim que o episódio ocorreu, o Kremlin fez questão de registrar tudo em vídeo e espalhar a informação. Os F-35 são conhecidos como caças de quinta geração, projetados para missões furtivas e defesa estratégica, frequentemente usados para interceptar aviões de bombardeio russos e chineses na região do Ártico.
Embora o Pentágono não tenha se pronunciado oficialmente, muitos analistas apontam que essa escolta teve um significado tanto protocolar quanto simbólico, denotando a vigilância dos EUA sobre aeronaves estrangeiras e demonstrando a força militar em uma área que já foi parte do território russo.
Contexto da cúpula entre Trump e Putin
O clima do encontro foi carregado de tensão e demonstração de poder aéreo. Trump recebeu Putin com um tapete vermelho em uma base militar que abriga 40 caças F-22, conhecidos por interceptar aeronaves russas. Para deixar a situação ainda mais dramática, um bombardeiro B-2, projetado para ataques nucleares, sobrevoou a área, mostrando que a força militar estava no centro das atenções.
Por sua parte, Putin também adotou atitudes simbólicas. Ele chegou usando um avião que realizava manobras de dissimulação. Além disso, quebrou o protocolo ao aceitar compartilhar parte do trajeto na famosa limusine “A Besta” ao lado de Trump, optando por não usar seu carro oficial, o Aurus Senat.
Embora esse tipo de escolta tenha sido inédito nos EUA, Putin já havia utilizado esse recurso em outras oportunidades, como em 2019, quando sobrevoou a Rússia ao lado de caças Su-57, e em 2023, quando foi acompanhado por Su-35 durante uma visita aos Emirados Árabes Unidos. Essas manobras são uma forma de usar a aviação como ferramenta de mensagem política e projeção de força, invertendo papéis ao ter caças americanos escoltando o líder russo.
Impacto para as relações internacionais
Esse episódio revela a delicada relação de desconfiança que caracteriza a dinâmica entre as duas potências nucleares. Para os EUA, a escolta foi um gesto de hospitalidade que também enfatizou a necessidade de estar atento a um antigo adversário. Já para a Rússia, foi uma oportunidade de se promover politicamente, mostrando que, mesmo sob vigilância, ainda era possível agir com destaque.
Alguns especialistas em segurança internacional observam que essa situação pode ser vista como um gesto ambíguo. Ao mesmo tempo em que reafirma protocolos de defesa aérea, ela também deixa espaço para diversas interpretações – seja sobre cooperação, vigilância ou até mesmo como uma demonstração de poder de ambos os lados.
Esses eventos mostram como a aviação pode se tornar um instrumento de comunicação poderosa entre nações.