Mitsubishi encerra produção na China após joint venture

A Mitsubishi decidiu dar um passo importante e encerrou sua participação no mercado automotivo chinês, encerrando a joint venture de motores com a Shenyang Aerospace Mitsubishi. Agora, a parceria que surgiu há anos se transforma em Shenyang Guoqing Power Technology. E, com isso, a marca japonesa sai de cena, sem nenhum carro ou componente sendo produzido na China.
Essa decisão não surgiu do nada. Em outubro de 2023, já havia indícios da reestruturação da Mitsubishi no país, com o fim da produção de veículos pela GAC Mitsubishi. Eles estavam preparando a fábrica para se dedicar à marca de elétricos Aion, do grupo GAC. Isso mostra como o mercado está mudando rapidamente, não é mesmo?
Quando a Mitsubishi começou suas atividades na China, em 1973, o foco era em caminhões. Nos anos 2000, a marca chegou a fornecer motores para quase 30% dos veículos fabricados no país. A formação da GAC Mitsubishi em 2012 era um sinal promissor, especialmente com o sucesso do SUV Outlander, que vendeu 144 mil unidades em 2018. Mas, em 2022, as vendas despencaram para apenas 33.600 unidades. O que aconteceu? Um mar de concorrência de marcas locais de elétricos tomou conta do mercado.
Ainda em março de 2023, as finanças da GAC Mitsubishi falavam por si: ativos de 4,2 bilhões de yuans contra passivos de 5,6 bilhões. Um prejuízo acumulado de quase 200 milhões de dólares não deixou outra saída a não ser encerrar a produção no país. Uma situação complicada para quem já teve tanta relevância.
A Mitsubishi explicou que sua saída se deveu à rápida transformação do mercado chinês, que se inclina cada vez mais para veículos elétricos e novas tecnologias, áreas em que as montadoras locais estão liderando. O fim da Shenyang Aerospace Mitsubishi, que operava desde 1998, marca uma despedida de uma parceria longa e significativa. Essa fábrica não apenas fornecia motores para os carros da Mitsubishi, mas também para outras marcas chinesas.
Esse movimento da Mitsubishi reflete um padrão maior entre as montadoras tradicionais, que estão enfrentando dificuldades na China. Enquanto isso, gigantes como BYD e Tesla conseguem expandir sua presença. A BYD, por exemplo, adiou a produção em massa de carros elétricos na Hungria para 2026, mostrando que a situação é desafiadora em todo o globo.
Um analista local fez uma observação interessante: “o mercado chinês virou um campo de batalha de inovação em veículos elétricos. A saída da Mitsubishi revela como as marcas tradicionais estão perdendo terreno para soluções feitas por aqui.”
É realmente um cenário dinâmico e cheio de lições para quem acompanha o mundo automotivo!