Palavra inofensiva pode impactar seu bem-estar, dizem especialistas

A busca por fortalecer a autoconfiança é um desafio que muitos de nós enfrentamos, não é mesmo? E um dos vilões nessa jornada pode ser a palavra “deveria”. Especialistas em terapia têm observado que esse termo, carregado de críticas internas, pode se tornar um verdadeiro obstáculo para o nosso bem-estar.
Nos consultórios, a expressão “deveria” costuma trazer um peso emocional considerável. Muitas vezes, isso gera um sentimento de obrigação que não só é irrealista, mas também pode nos fazer sentir culpa. Durante as sessões de terapia cognitivo-comportamental (TCC), é possível perceber que essa palavra leva a uma série de exigências que, no final das contas, só trazem mais frustração.
TCC
As distorções cognitivas, como a autocrítica, são padrões de pensamento que, embora comuns, podem prejudicar nossa saúde mental. Aqui entra a TCC, uma aliada poderosa que nos ajuda a reconfigurar esses pensamentos negativos em algo mais positivo. Quando conseguimos identificar e desafiar nossas distorções, podemos substituir o “deveria” por termos mais conscientes, como “quero” ou “escolho”. Essas pequenas mudanças nas palavras podem fazer uma grande diferença, reforçando nossa autonomia e nos permitindo lidar com a vida de forma mais saudável.
A influência no cotidiano
O impacto do “deveria” vai muito além de uma simples palavra. Ele pode afetar nossa autoimagem e as interações com o mundo ao nosso redor. Quando nos baseamos em obrigações que não conseguimos alcançar, a chance de desenvolver ansiedade e depressão aumenta. Frases como “eu deveria ser mais eficiente” só acrescentam uma pressão desnecessária, desgastando nossa autoestima e complicando nossas relações pessoais e profissionais.
Por isso, cultivar a autocompaixão é essencial. Isso nos ajuda a olhar para nossa trajetória com mais gentileza, minimizando críticas internas que não são produtivas e, assim, fortalecendo o cuidado com a nossa saúde mental.
Redefinindo a autocrítica
Entender o impacto do “deveria” é fundamental, mas também é importante perceber como as distorções cognitivas influenciam nossa interpretação das ações ao nosso redor. Aqueles que se jogam na autocrítica tendem a enxergar seus feitos como insuficientes, alimentando um ciclo de negatividade. A TCC vem para ajudar, trazendo à luz esses padrões e incentivando a substituição por escolhas mais construtivas. Isso fortalece não só a autoconfiança, mas também a sensação de controle sobre a própria vida.
Caminho da transformação
Transformar padrões de pensamento demanda prática e perseverança. E é aí que a TCC oferece ferramentas valiosas para essa mudança. É fundamental reconhecer que ninguém luta sozinho e que aceitar a imperfeição é um passo importante. O crescimento pessoal é um aprendizado constante. Ao substituir “deveria” por “quero”, conseguimos fazer escolhas mais conscientes, enriquecendo nossa jornada de autodescoberta. Isso não quer dizer que vamos descartar responsabilidades, mas sim que vamos abordar elas com um olhar mais flexível e renovado.