Mark Zuckerberg recebe críticas por visita a porto isolado em iate de US$ 300 milhões

A recente visita de Mark Zuckerberg ao arquipélago de Svalbard, na Noruega, causou uma onda de indignação entre os ativistas locais. O CEO da Meta chegou ao local em seu superiate de US$ 300 milhões, o Launchpad, fazendo escala em Longyearbyen, que é uma das cidades mais ao norte do mundo.
Zuckerberg não estava sozinho; ele trouxe um navio de apoio, o Wingman, avaliado em US$ 30 milhões. Mas a presença desses bilionários com suas embarcações luxuosas não passou despercebida por quem se preocupa com o meio ambiente.
### Manifestações no extremo norte
Diante da situação, o grupo Arctic Climate Action Svalbard decidiu agir. Eles organizaram um protesto em Longyearbyen, onde manifestantes se juntaram com faixas e apitos. O foco da crítica? O impacto ambiental causado pela chegada dos iates.
Uma das mensagens que circulou entre os protestantes foi clara: “Se ele acha que pode chegar a um dos lugares mais ameaçados do mundo com dois iates, sendo que um emite 40 toneladas de CO2 por hora, e não ser criticado, está muito enganado.” Além do problema das emissões de carbono, levantaram questões sobre o papel das plataformas da Meta na disseminação de desinformação, que segundo eles, afeta a democracia e os esforços contra as mudanças climáticas.
### Símbolo da desigualdade climática
Esse episódio reacendeu uma discussão importante sobre desigualdade ambiental. Os superiates, como o de Zuckerberg, ilustram bem o abismo entre os estilos de vida dos ultra-ricos e os desafios que o planeta enfrenta devido ao aquecimento global. Estudos mostram que o Ártico está aquecendo quase quatro vezes mais rápido que a média do resto do mundo.
Enquanto uma pessoa comum pode emitir uma quantidade específica de CO2 em um ano, o superiate Launchpad tem uma emissão equivalente em apenas algumas horas de navegação. Para os ativistas, esse descompasso evidencia como os hábitos de consumo de uma pequena elite impactam diretamente as regiões mais vulneráveis do planeta.
### Pressão por mudanças
O protesto em Svalbard também destaca um movimento global que clama por ações mais efetivas em defesa do Ártico. Organizações como a Clean Arctic Alliance estão fazendo pressão para proibir o uso de óleo combustível pesado nessa área, enquanto a Sea Legacy se concentra na conservação de ecossistemas, como as calotas polares.
Mesmo em lugares remotos como o extremo norte da Noruega, a mensagem dos manifestantes ressoou forte: ninguém pode escapar das consequências do impacto ambiental que gera.