Nova teoria desafia explicações sobre a origem do cosmos

Uma nova teoria sobre o universo, liderada pelo cosmologista Enrique Gaztañaga, foi divulgada em junho no periódico Physical Review D. Essa proposta sugere que, ao invés de ter surgido de um Big Bang, o nosso universo emergiu de um buraco negro localizado em um universo ainda maior.
Esse pensamento desafia a ideia comum de uma explosão única e aponta para a possibilidade de que o cosmos que conhecemos seja uma "bolha" dentro de um sistema mais amplo e muitas vezes cíclico.
A pesquisa mistura a relatividade geral com a mecânica quântica. De acordo com esse estudo, um colapso gravitacional extremo poderia criar um buraco negro supermassivo. Esse buraco negro, então, teria a capacidade de "pular" para uma nova região do espaço-tempo, dando origem ao universo que conseguimos observar hoje.
Exploração de novos horizontes cosmológicos
Essa teoria abre um leque de novas perguntas sobre o que sabemos atualmente. Em vez de partirmos de uma singularidade com densidade infinita, como o Big Bang propõe, essa nova ideia vê o surgimento do universo a partir do colapso dentro de um buraco negro.
Com isso, conceitos como a inflação cósmica e a energia escura, que são pilares do modelo do Big Bang, poderiam se tornar desnecessários, já que até hoje não temos uma observação direta delas. Assim, estamos diante de uma visão em que o universo é parte de um ciclo de expansão e colapso, movido por forças gravitacionais e matéria densa, propondo uma evolução cósmica contínua.
Avaliação do modelo padrão
Hoje, o modelo padrão da cosmologia baseia-se na ideia de energia escura e inflação cósmica, que ajudam a explicar a expansão do universo. No entanto, ainda há muitas perguntas em aberto, como a incrível homogeneidade do cosmos. O novo modelo traz uma perspectiva diferente, enxerga o universo como um processo cíclico e dinâmico.
Esses colapsos gravitacionais, que já observamos em estrelas, indicam que podem ser essas forças colossais que impulsionam novas fases de expansão. Dessa forma, vemos o universo observável como parte de um ciclo muito maior.
Caminhos e desafios futuros
A nova teoria abre a porta para testes que podem ser verificados. Um exemplo é a missão Euclid, da Agência Espacial Europeia, que foi lançada com o objetivo de mapear a distribuição de matéria e energia escuras. As observações dessa missão podem revelar uma leve curvatura positiva do universo, que a teoria propõe, confirmando ainda mais a ideia de um possível colapso gravitacional inicial.
Se essa leve curvatura for de fato evidenciada, a hipótese de que o universo começou dentro de um buraco negro pode ganhar respaldo. Futuras observações e cálculos serão essenciais para confirmar ou questionar os fundamentos dessa nova proposta teórica.