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Cinco planos de saúde com mais reclamações no Brasil, segundo ANS

O ano de 2025 trouxe à tona um problema crescente: as reclamações contra planos de saúde no Brasil. De acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e dos Procons estaduais, esse setor, que já atende mais de 51 milhões de brasileiros, enfrenta um aumento significativo na insatisfação dos consumidores.

Os principais motivos para essas queixas são bem conhecidos. Negativas de cobertura, reajustes considerados abusivos e a dificuldade para agendar consultas estão entre os problemas mais mencionados. Para se ter uma ideia, somente no primeiro semestre de 2025, as punições aplicadas às cinco maiores operadoras de saúde ultrapassaram R$ 200 milhões. Isso mostra que a situação é realmente séria.

Quem lidera o ranking de reclamações

Ainda que os números variem dependendo do estado, algumas operadoras aparecem com frequência nas listas de reclamações. Entre as mais citadas, temos:

  • Amil
  • Hapvida NotreDame Intermédica
  • Bradesco Saúde
  • Unimed (diversas singulares pelo Brasil)
  • SulAmérica

Essas operadoras dominam o mercado e, consequentemente, também estão no centro das insatisfações reportadas em 2025.

Os principais motivos de queixa dos consumidores

De acordo com os relatórios da ANS e dos Procons, os problemas mais comuns incluem:

  • Negativa de cobertura: muitos pacientes enfrentam recusa em realizar exames e cirurgias, mesmo quando esses procedimentos estão claramente indicados pelo médico.

  • Aumento abusivo das mensalidades: planos coletivos vêm apresentando reajustes acima do índice da inflação, levando muitos clientes a recorrerem ao Judiciário.

  • Rede credenciada reduzida: os beneficiários muitas vezes precisam percorrer longas distâncias para conseguir atendimento, devido à desfiliação de clínicas e hospitais dos seus planos.

  • Demora no atendimento: é comum que os usuários enfrentem longos períodos de espera para agendar consultas e realizar exames.

  • Cancelamento unilateral: há muitos relatos de cancelamentos de contratos sem qualquer aviso prévio.

Multas milionárias aplicadas pela ANS

Para tentar mitigar esses abusos, a ANS tem intensificado a fiscalização neste ano. As cinco operadoras mais reclamadas já acumularam mais de R$ 200 milhões em multas por práticas que vão desde descumprimento de procedimentos até falhas de comunicação com os clientes. A maior parte das sanções envolve negativas indevidas de cobertura, uma prática que, infelizmente, só é revertida na justiça em muitos casos.

O impacto no bolso dos brasileiros

Essas queixas não impactam apenas as operadoras, mas também o bolso de milhões de brasileiros. Em 2025, a ANS autorizou um reajuste de 6,91% para planos individuais, valor que já pesa na conta de muitas famílias. Para os planos coletivos, a situação se agravou, com aumentos que passaram de 20% em alguns contratos.

Com mensalidades mais altas e um serviço que parece estar cada vez pior, a desilusão dos consumidores só aumenta, uma vez que muitos sentem que estão pagando caro por um atendimento que não condiz com o que esperavam.

A ‘judicialização’ da saúde

Outro reflexo claro dessa crise é a crescente judicialização no setor. Os tribunais estão vendo um aumento no número de ações contra planos de saúde, especialmente aquelas que envolvem tratamentos oncológicos, medicamentos caros e cirurgias complexas. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estima que há mais de 500 mil processos relacionados à saúde suplementar, o que está sobrecarregando o sistema judiciário e mostrando que recorrer à Justiça se tornou uma alternativa comum para muitos beneficiários.

A posição das operadoras

As operadoras costumam defender suas posições dizendo que enfrentam uma crescente pressão de custos. Eles citam novos avanços tecnológicos, o aumento dos preços de medicamentos e o envelhecimento da população como fatores que encarecem os serviços. Contudo, especialistas têm apontado que muitos dos reajustes e negativas estão ligados a uma estratégia de mercado voltada para cortar custos em detrimento da qualidade oferecida.

O que esperar para 2026

O futuro é incerto para o setor. O governo federal está avaliando novas regras de reajuste para os planos coletivos, que correspondem a mais de 80% do mercado e são responsáveis pela maioria das reclamações. Pressões de grupos de defesa do consumidor também vêm crescendo para aumentar a fiscalização por parte da ANS e endurecer as punições.

Para os usuários, a dica é clara: acompanhar de perto os reajustes, se informar sobre as coberturas obrigatórias e registrar qualquer queixa no Procon e na ANS sempre que perceber uma negativa de atendimento.

O mercado de planos de saúde movimenta mais de R$ 250 bilhões anuais no Brasil, tornando-se uma das áreas mais lucrativas do setor de serviços. No entanto, o aumento no volume de reclamações demonstra que o modelo atual enfrenta grandes desafios.

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