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Quanto tempo Israel pode frustrar os EUA?

Agressões de Israel geram tensão com a administração Trump

Recentes ataques aéreos de Israel na Síria têm causado desconforto entre os representantes da administração do presidente Donald Trump. Na segunda-feira, a Casa Branca declarou que Trump não havia aprovado os bombardeios israelenses que ocorreram na semana passada, mesmo após os EUA terem solicitado que Israel suspendesse atualmente as operações. Os ataques continuaram, incluindo novos bombardeios em Damasco que resultaram em pelo menos três mortes e dezenas de feridos.

Israel justificou suas ações alegando a proteção da comunidade Druze na Síria, que vinha enfrentando conflitos com tribos beduínas e intervenções militares do governo sírio. Além disso, Israel anunciou que os bombardeios eram uma retaliação pela presença das tropas sírias em uma região que o país havia declarado como desmilitarizada. O governo sírio contestou essa declaração e denunciou frequentemente os ataques de Israel, reafirmando sua posição acerca da ocupação de território sírio.

A administração Trump interveio anteriormente para estabelecer um cessar-fogo entre Israel e Síria, mas alguns integrantes do governo expressaram descontentamento com o que consideram a obstinação do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Um funcionário chegou a descrever Netanyahu como alguém que "bomba tudo o tempo todo", o que poderia prejudicar os esforços de Trump.

A Porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, informou que Trump ficou surpreso com os bombardeios tanto na Síria quanto no ataque à Igreja Católica em Gaza. No entanto, ela ressaltou que Trump mantinha uma boa relação de trabalho com Netanyahu e que ambos se comunicavam frequentemente.

Os ataques aéreos israelenses coincidem com a visita de Netanyahu a Washington no início do mês, que inicialmente parecia apontar para um avanço em um acordo de cessar-fogo em Gaza. Críticos, no entanto, levantaram preocupações de que qualquer acordo mediado por Trump pudesse incluir o deslocamento de palestinos e o desenvolvimento da região sob controle dos EUA e de Israel.

Especialistas alertam que, embora Trump tenha apoiado Israel militarmente, essa postura pode atrapalhar os objetivos dos Estados Unidos, como, por exemplo, as conversas sobre controle nuclear com o Irã. Netanyahu poderia entender a resposta “vaga” de Trump como um sinal de aprovação para suas ações militares, ampliando sua confiança para agir.

Além dos bombardeios na Síria, Israel também foi criticado por um ataque à Igreja da Sagrada Família em Gaza que resultou em mortes e ferimentos de civis que se abrigavam no local. Este incidente gerou revolta entre a comunidade católica global e resultou na chamada de Trump a Netanyahu para discutir a situação.

O primeiro-ministro Netanyahu expressou pesar pelo ataque à igreja, alegando que foi um erro e que Israel continua comprometido em proteger civis e locais sagrados. A Força de Defesa de Israel afirmou que o ataque à igreja foi um acidente causado por fragmentos de um obus durante uma operação militar, enfatizando que suas ações são direcionadas apenas a alvos militares.

Esses conflitos não se limitam apenas a bombardeios. Recentemente, a morte do palestino-americano Saif Musallet, atacado por colonos israelenses na Cisjordânia, provocou uma reação negativa do governo dos EUA. O embaixador dos Estados Unidos em Israel, Mike Huckabee, pediu uma investigação rigorosa sobre o caso, rotulando o ataque como um ato criminoso.

A crescente violência por parte de colonos e forças de segurança israelenses na Cisjordânia também foi destacada por organizações internacionais, que exigiram que Israel tome medidas para proteger os palestinos e autores de ações violentas sejam responsabilizados.

Enquanto Israel continua a operar militarmente com suporte dos EUA, as tensões internas e a pressão internacional levantam questões sobre os próximos passos na relação entre Israel e a administração Trump e o futuro da região.

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