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Profissões sem faculdade que pagam até R$ 8,4 mil

O Brasil está passando por um momento interessante em relação à renda do trabalho. Com o rendimento médio real previsto para ser de aproximadamente R$ 3,4 mil até 2025, segundo a PNAD Contínua, muitos se perguntam sobre o futuro das ocupações no mercado. Acontece que funções técnicas e operacionais, que muitas vezes não exigem um diploma universitário, voltaram a ser foco de atenção. Isso ocorre porque essas atividades podem igualar ou até superar os salários de recém-formados e, em muitos casos, oferecem um crescimento de carreira mais ágil do que as tradicionais.

Esse cenário já é um indicativo de que a valorização do conhecimento prático e das certificações está em alta. Para muitos setores, como indústria, logística e energia, habilidades específicas contam tanto ou mais que um diploma. Vamos entender melhor o que os dados estão mostrando sobre essa nova realidade, além de explorar algumas profissões que estão em destaque.

O que os dados mostram sobre renda e escolaridade

Dados do IBGE e de outras instituições revelam que os salários têm crescido bastante nas faixas de renda que não exigem nível superior. Por outro lado, quem possui faculdade viu os ganhos aumentarem bem menos no último ano. Isso é uma mensagem clara: as profissões que exigem qualificação prática, especialmente nas áreas de alta demanda, estão com salários melhores.

Soldador: porta de entrada rápida e evolução por especialidade

A profissão de soldador, por exemplo, está em alta, especialmente por conta do crescimento das obras de energia e metalmecânica no Brasil. Soldadores que trabalham em regime CLT têm uma média salarial de R$ 3,1 mil, com alguns podendo ganhar mais de R$ 5,2 mil. O crescimento na carreira vem através de certificações e do conhecimento em leitura de projetos.

Operador de guindaste: menos oferta de gente qualificada, salários melhores

Os operadores de guindaste também estão em alta. Eles desempenham um papel crucial em setores como portos e construção civil. A média salarial para um operador de guindaste móvel gira em torno de R$ 3,5 mil, podendo chegar a mais de R$ 5,9 mil. Aqui, ter certificações e horas de operação relevantes faz muita diferença para conquistar salários mais altos.

Técnico em instrumentação: o técnico que fala a língua da automação

Outra profissão que merece destaque é a de técnico em instrumentação. Esse profissional integra sensores, válvulas e sistemas de controle em diversas indústrias. O salário médio é de R$ 4,4 mil, com alguns chegando a mais de R$ 7,4 mil, especialmente em regiões industriais. Aqui, um curso técnico e conhecimento em calibração elevam a remuneração.

Operador de CNC e usinagem de precisão

Com a reindustrialização, a demanda por operadores de centro de usinagem CNC está aumentando. Esses profissionais têm uma média salarial próxima de R$ 3 mil, e podem avançar muito rapidamente na carreira, de uma posição de chão de fábrica a programadores mais especializados.

Eletricista de manutenção industrial

Eletricistas de manutenção são sempre requisitados, pois a interrupção de uma linha de produção pode gerar grandes prejuízos. A média salarial nesse campo é de R$ 2,8 mil, mas esse valor pode subir bastante em indústrias que oferecem adicionais por turno ou risco. O diferencial para se destacar aqui está na capacidade de ler diagramas e entender normas de segurança.

Encanador industrial e montador de tubulações

Os encanadores industriais também estão em alta com a montagem de tubulações em diversos setores. O salário médio é de R$ 2,7 mil, mas pode chegar a R$ 4,7 mil em contratos maiores. Para se destacar, produtividade e a habilidade de leitura de projetos técnicos são fundamentais.

Motorista carreteiro: logística aquecida, empregabilidade robusta

No segmento de transporte, motoristas carreteiros são sempre necessários, especialmente nas rotas de longa distância. A média salarial está ao redor de R$ 2,6 mil, mas esse valor pode aumentar em função de pernoites e adicionais. Experiência e um bom histórico de segurança são altamente valorizados.

Técnico de refrigeração e climatização (HVAC)

Com a crescente demanda por climatização, os técnicos dessa área têm um mercado estável. Os salários variam de R$ 2,3 mil a R$ 2,4 mil, dependendo da região e do tipo de contrato. É um campo em que certificações e habilidades em solda acrescentam valor.

Instalador de sistemas fotovoltaicos

O setor de energia solar também tem crescido, criando espaço para instaladores de sistemas fotovoltaicos. Esses profissionais costumam ter uma média salarial de R$ 1,9 mil, com a possibilidade de ganhos maiores conforme a produção. Ter conhecimentos em instalação e venda pode gerar margens expressivas.

Despachante aduaneiro: fronteira entre comércio exterior e operação

Por fim, o trabalho de despachante aduaneiro se destaca. Não exige graduação, mas é preciso ter credenciamento e conhecer as normas da Receita Federal. O salário inicial é de R$ 3,8 mil, com possibilidade de ultrapassar R$ 8,4 mil, especialmente para quem tem experiência em valoração e regimes especiais.

O crescimento dessas profissões está vinculado a três fatores principais: a escassez de mão de obra qualificada, a complexidade tecnológica em aumento e a rapidez nas formações. É possível começar a trabalhar em meses, e não em anos, após um curso técnico ou certificação.

Onde a comparação é mais clara

Embora nem todas as médias superem o rendimento nacional, muitas chegam perto, especialmente quando consideramos adicionais de produtividade e risco. A progressão salarial é frequentemente mais rápida do que em muitos cargos universitários, pois se baseia na prática e nas certificações, e não apenas no diploma.

A realidade é que os melhores resultados surgem quando se combinam certificações técnicas, documentação das horas trabalhadas e escolha da localização adequada. Cidades com indústrias e polos de energia são onde as oportunidades realmente brilham. A PNAD mostra um crescimento notável nos rendimentos de quem não tem ensino superior, o que destaca a importância da experiência prática.

O recado do mercado em 2025

As profissões que não exigem diploma têm espaço para competir com as universitárias. Solda, guindastes, instrumentação, CNC, manutenção, refrigeração, logística, energia solar e comércio exterior formam uma base sólida para carreiras técnicas. Essa tendência deve se intensificar com a reindustrialização e a transição para energias mais limpas. O mercado está disposto a recompensar quem entrega resultados, e, nessas funções, a competência prática é o que realmente conta.

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