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Peste Negra: como a doença devastadora foi controlada?

A peste negra foi uma das pandemias mais devastadoras que a história já registrou. Originando-se na Ásia, essa doença causou a morte de milhões de pessoas, com estimativas que variam entre 75 a 200 milhões. Seu impacto foi tão grande que a epidemia se espalhou de forma acelerada, atingindo várias partes do mundo conhecido na época.

Peste negra: como tudo começou

O responsável por essa epidemia foi a bactéria chamada Yersinia pestis. Acredita-se que sua origem esteja na China ou na Ásia Central, especialmente ao longo da famosa Rota da Seda. O início da transmissão ocorreu por meio de pulgas infectadas que viviam em ratos — um bicho muito comum nas embarcações da época.

Quando esses navios chegavam ao Mediterrâneo, os ratos traziam a praga junto. Inicialmente, a peste se restringiu às áreas litorâneas. Porém, uma vez que começou a ser transmitida pelo ar, o contágio se intensificou, causando pânico por onde passava. No auge da pandemia, o medo era tão grande que muitos acreditavam que não haveria pessoas suficientes para enterrar os mortos.

Sintomas e efeitos devastadores

Os sintomas da peste negra eram alarmantes: febre alta, vômitos, tosse com sangue, convulsões e um cansaço extremo. A doença progredia rapidamente, e muitos que apresentavam os primeiros sinais acabavam morrendo em questão de dias. Sem explicações científicas para o que acontecia, as pessoas na Idade Média buscavam respostas em crenças e boatos. Algumas teorias absurdas apontavam para alinhamentos astrológicos ou até envenenamento intencional da água.

Quarentena e isolamento

Para tentar conter a disseminação da doença, a solução encontrada foi a quarentena. Aqueles que estavam saudáveis se isolavam em casa e só saíam quando necessário. Os mais afortunados buscavam refúgio em áreas mais afastadas. Esse isolamento ajudou a reduzir o número de contágios e as pessoas começaram a se atentar mais à higiene pessoal. Em vez de enterrar os mortos, que facilitava a propagação da doença, optou-se pela cremação.

Falta de saneamento agravava tudo

Na Idade Média, a falta de saneamento nas cidades era um enorme problema. As ruas eram sujas e repletas de dejetos, inclusive nas águas que as pessoas usavam para beber. Esse cenário contribuiu muito para a proliferação da bactéria. Somente com melhorias na limpeza urbana e no tratamento da água foi possível interromper a transmissão da peste.

Peste negra: consequências a longo prazo

Mesmo após a queda no número de casos, a recuperação foi lenta. A Europa levou mais de duzentos anos para voltar a ter a mesma população que possuía antes da pandemia. Mas a perda não foi apenas demográfica; a cultura, a economia, a arte e o modo de trabalho sofreram profundas transformações durante e após esse período.

Casos ainda são registrados

Embora a peste negra pareça uma doença do passado, ela não foi totalmente erradicada. Entre 2010 e 2015, a Organização Mundial da Saúde confirmou 3.248 casos da doença no mundo, resultando em 584 mortes. Hoje em dia, a medicina conseguiu desenvolver tratamentos mais eficazes, mas o risco de contágio ainda existe.

Onde a peste ainda circula

Atualmente, a peste pode ser encontrada em todos os continentes, exceto na Oceania. As regiões que mais registram casos são a África, a Ásia e a América do Sul. Desde os anos 1990, a República Democrática do Congo e o Peru têm sido os países com mais ocorrências. Embora em menor escala, a ameaça persiste, demandando uma vigilância constante de todos nós.

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