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Casal descobre lápide romana de 1900 anos em quintal

Durante um trabalho de jardinagem em casa, um casal de Nova Orleans fez uma descoberta surpreendente: uma lápide romana com cerca de 1.900 anos. Essa joia arqueológica, encontrada no quintal do lar deles, tem inscrições em latim e pertence a um soldado do século II. A história desse achado vai muito além do que se imaginava inicialmente.

A investigação revelou que a lápide, que traz o nome de Sexto Congênio Vero, é um artefato funerário que marca o túmulo de um marinheiro da frota pretoriana de Misenum. O casal, que vive no bairro histórico de Carrollton, ficou intrigado e até um pouco preocupado ao encontrar a pedra, temendo que sua casa tivesse sido construída sobre um antigo cemitério – uma situação comum na história de Nova Orleans.

Felizmente, um relatório elaborado pelo arqueólogo D. Ryan Gray descartou essa possibilidade. Ele mapeou os cemitérios na área e não encontrou indícios de que o casal estivesse vivendo sobre um. Com essa preocupação afastada, Gray direcionou suas investigações para as inscrições na lápide. Ele compartilhou imagens do artefato com especialistas de diferentes instituições, todos chegando à mesma conclusão sobre a origem e a importância do objeto.

Da surpresa ao mistério arqueológico

A tradução da inscrição na lápide revelou muitos detalhes sobre a vida de Vero. Ele foi homenageado, e o texto registra que viveu 42 anos e serviu no exército por 22 anos. Ele é descrito como um soldado da frota pretoriana Misenense, que navegava em um trirreme chamado Asclépio. Essa embarcação, que era um tipo de navio de guerra, era dedicada ao deus da medicina e trazia uma história rica, conectando passado e presente.

A descoberta da lápide também traz à tona uma conexão histórica interessante, já que ela é uma peça que se considerava desaparecida do Museu Arqueológico Nacional de Civitavecchia, na Itália. Durante a Segunda Guerra Mundial, o museu foi bombardeado, e muitos itens foram perdidos ou destruídos, incluindo esta lápide.

Do quintal ao FBI

Diante da relevância do achado, o casal entrou em contato com a Coalizão de Antiguidades, que os orientou a entregar a lápide ao FBI. A Equipe de Crimes de Arte da instituição agora está cuidando do processo de devolução do artefato para o museu italiano. Enquanto isso, os pesquisadores tentam descobrir como a lápide foi parar em um quintal na América.

Após alguns levantamentos, a investigação apontou que a casa onde a lápide foi encontrada pertenceu a Frank Simon, um gerente de calçados, por muitas décadas. A hipótese mais aceita é que um soldado americano tenha trazido a lápide da Europa após a guerra, como ocorreu com outros itens históricos.

Pistas sem respostas

Entretanto, a história do artefato é cheia de lacunas. Frank Simon morreu em 1945, levando à dúvida se ele teve alguma relação direta com a lápide. Outra linha de investigação focou em um vizinho, também veterano da Marinha dos EUA, mas ele não esteve envolvido nas campanhas da Europa.

A classicista Susann S. Lusnia, que visitou o museu na Itália, confirmou que a lápide estava listada em um inventário de 1954, embora não tenha sido verificada diretamente na época. Para Gray, isso indica que a lápide possivelmente se perdeu no caos que se seguiu à guerra.

O verdadeiro mistério, no entanto, parece ser como esta peça atravessou o oceano e foi parar em um quintal americano. Pode ter sido vendida a um turista sem o devido conhecimento do seu valor, ou mesmo reutilizada como uma simples pedra de pavimentação. A pesquisa continua, com Gray afirmando que novas pistas podem surgir a qualquer momento.

A história de Sexto Congênio Vero é um lembrete de como os rastros do passado podem surgir nos lugares mais improváveis, nos conectando com momentos históricos e com pessoas de épocas longínquas. Enquanto aguardamos o retorno da lápide à Itália, seguimos na expectativa de desvelar mais mistérios.

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