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Casal de Ohio recebe menino de embrião congelado há 31 anos

Um casal de Ohio, Lindsey e Tim Pierce, deu as boas-vindas a um menino que, curiosamente, se desenvolveu a partir de um embrião congelado há mais de 30 anos. Essa situação é considerada um marco, pois acredita-se que seja a maior duração de armazenamento de um embrião antes de resultar em nascimento.

Os Pierces, que enfrentaram dificuldades para engravidar, recorreram à doação de embriões. Eles usaram embriões que foram congelados em 1994 em sua busca por um filho. O bebê nasceu no último sábado, gerado a partir de um embrião que estava armazenado por 11.148 dias, um recorde segundo o médico da família.

A prática chamada “adoção de embriões” vem crescendo desde a década de 1990, especialmente entre clínicas de fertilidade e grupos que se opõem ao descarte de embriões congelados devido à crença de que a vida inicia na concepção. Para muitos, esses embriões são vistos como crianças que necessitam de um lar.

Linda Archerd, que doou seus embriões aos Pierces, expressou que sentia que essas pequenas esperanças mereciam viver, assim como sua própria filha. Nos Estados Unidos, apenas cerca de 2% dos nascimentos são resultado de fertilização in vitro (FIV), e uma fração ainda menor envolve embriões doados.

Atualmente, cerca de 1,5 milhão de embriões congelados estão armazenados nos EUA, muitos deles sem um destino definido, enquanto os pais decidem o que fazer com eles. Um julgamento da Suprema Corte do Alabama em 2024 também complicou a situação, concedendo status legal de crianças a embriões congelados, o que levou as autoridades a desenvolverem uma solução temporária para proteger as clínicas.

Archerd começou a usar a FIV em 1994, quando a tecnologia de congelamento e descongelamento de embriões estava evoluindo. Ela acabou sobrando com quatro embriões, mas após o nascimento de sua filha, enfrentou uma separação que atrasou seus planos de ter mais filhos. Com o passar dos anos, Archerd sentiu um peso crescente pela situação de seus embriões, especialmente devido às taxas de armazenamento.

A dona encontrou uma solução com a “Snowflakes,” uma divisão da Nightlight Christian Adoptions, que possibilita a doação de embriões com opções de contato com os pais adotivos. O processo, no entanto, não foi simples, pois Archerd teve que entrar em contato com sua clínica de fertilidade original e realizar a documentação necessária para a doação.

Dos três embriões doados aos Pierces, apenas um sobreviveu ao descongelamento e se implantou com sucesso. Este embrião, o mais antigo, agora figura como o primeiro a ser gerado após ter sido congelado por quase 31 anos, quebrando um recorde anterior de 30 anos, que foi estabelecido por outro casal, Lydia e Timothy Ridgeway.

Lindsey Pierce afirmou que seu objetivo não era quebrar recordes, mas sim ter um filho. O médico Dr. John David Gordon, que participou do tratamento, reforçou que essas histórias são poderosas, mas também ressaltam a necessidade de discutir o que acontece com os embriões que ficam armazenados por tanto tempo.

Archerd compartilha que a doação foi uma jornada emocional, repleta de alívio e um desejo de conhecer o bebê e a família que o adotou. Ela já recebeu atualizações e fotos dos Pierces após o nascimento e sonha em conhecê-los pessoalmente.

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