Aposentado perde R$ 500 mil em transferência e não consegue reembolso

O que poderia ser apenas um erro bancário se tornou uma verdadeira novela na Nova Zelândia. Em fevereiro de 2025, um aposentado de Auckland, chamado Andrew Che Sit Bong, fez uma transferência de cerca de R$ 500 mil para uma conta errada. Ele achava que estava enviando o dinheiro para um investimento, mas acabou caindo na armadilha do nome semelhante de outra pessoa.
A confusão só veio à tona algumas horas depois. Assim que Andrew percebeu o erro, correu para o banco para tentar cancelar a transação. Mas, para sua surpresa, o dinheiro já havia sido sacado pelo destinatário. Este, por sua vez, afirmou que a quantia era uma “doação inesperada” e começou a gastar em carros e bens de consumo.
Um erro bancário que virou caso policial
A história de Andrew rapidamente ecoou pela Nova Zelândia, levantando questões sobre a segurança nas transações bancárias. Especialistas explicaram que, por lá, reverter uma transferência incorreta requer uma autorização judicial. E foi exatamente isso que aconteceu no caso dele: o recebedor ignorou os pedidos de devolução e, com isso, o caso foi parar na polícia por apropriação indevida.
Se a justiça decidir contra o recebedor, ele pode enfrentar até sete anos de prisão. Esse episódio colocou em evidência a vulnerabilidade dos sistemas de transferência, que funcionam de maneira rápida, similar ao nosso Pix, mas também são propensos a erros e fraudes.
O impacto emocional e financeiro
Andrew não apenas perdeu dinheiro; ele também viu sua situação financeira desabar. O valor perdido era destinado a quitar dívidas e a complementar sua aposentadoria. Ele comentou: “Ninguém espera perder meio milhão de reais em um clique”. Andrew acredita que o governo deveria criar protocolos automáticos de reversão para transações de grande valor, evitando que outras pessoas passem pelo mesmo sufoco.
O advogado de Andrew enfatiza que a demora do banco em agir foi crucial para o desfecho triste da história. Para ele, é fundamental que os bancos implementem uma janela de bloqueio para contas recém-criadas, permitindo reverter essas transações.
Um alerta global sobre erros bancários
Esse tipo de erro não é algo isolado. Em 2021, por exemplo, o Citibank dos EUA transferiu acidentalmente US$ 900 milhões para credores da Revlon, e muitos desses valores simplesmente não foram recuperados. No ano seguinte, um britânico também perdeu £ 193 mil por um deslize semelhante.
Na Nova Zelândia, a situação é ainda mais complicada porque não existe um sistema governamental que garanta o ressarcimento em casos de erro. Assim, a sorte fica nas mãos do recebedor e da justiça.
Repercussão e debate sobre segurança digital
Em resposta a esse caso, a Federação de Bancos Neozelandeses anunciou que está repensando suas práticas. A ideia é criar uma nova verificação de identidade para transferências de alto valor. Eles também sugerem que os clientes adotem métodos de confirmação dupla, como autenticação facial ou um código extra, antes de realizar grandes transferências.
Enquanto isso, Andrew continua sua luta na justiça civil, esperando conseguir algum tipo de acordo que obrigue o recebedor a vender os bens adquiridos para quitar parte da dívida. Sua história, que ganhou destaque nas redes sociais, serve de lembrete de que um pequeno erro de digitação pode custar uma vida inteira de economias. Afinal, em tempos de transferências instantâneas, cada clique deve ser tratado com a mesma cautela de uma assinatura em contrato.