segurança do iPhone com iOS 18: impossível hackeá-lo

Em meio a um cenário em que a privacidade e a segurança digital estão constantemente em debate, uma recente afirmação da empresa israelense Cellebrite trouxe à tona um tema quente: a segurança dos iPhones com o novo sistema operacional iOS 18. Para quem não está a par, a Cellebrite é uma ferramenta bastante utilizada por autoridades, como o FBI, para desbloquear celulares. E, pela primeira vez, eles admitiram que, com esse novo iOS, hackear um iPhone se tornou “impossível”. A Apple parece ter dado um passo à frente significativo, colocando-se em uma posição bem confortável na disputa pela segurança digital.
Para o público em geral, essa é uma excelente notícia. Afinal, saber que seus dados pessoais estão mais seguros traz uma sensação de alívio. No entanto, as autoridades têm um desafio nas mãos. A Apple, ao elevar suas barreiras de segurança, deixa os investigadores em uma situação complicada. As ferramentas de segurança mais avançadas do mundo já se mostram incapazes de acessar os dados desses aparelhos mais recentes, reacendendo a discussão sobre o equilíbrio entre privacidade e investigações criminais.
A fortaleza chamada iOS 18
Quando se fala do iOS 18, não é à toa que ele ganhou a fama de “impenetrável”. A Apple implementou uma série de defesas que deixaram a Cellebrite em uma posição difícil. Fontes indicam que o poderoso software da Cellebrite só consegue obter um acesso parcial a versões iniciais do iOS 18, limitando-se a metadados e arquivos que não estão criptografados. A partir da versão 18.1, o acesso é totalmente anulado.
Um dos grandes aliados da Apple nessa luta é um novo recurso de segurança: o iPhone reinicia automaticamente após 72 horas de inatividade. Essa prática bloqueia as chave de criptografia do aparelho, dificultando ainda mais qualquer tentativa de acesso forense. Para desbloquear o aparelho novamente, a senha do usuário é necessária.
A disputa entre Apple e Cellebrite não começou agora. Em 2016, durante o caso do atirador de San Bernardino, o FBI exigiu que a Apple desbloqueasse um iPhone, mas a empresa se negou. O FBI, então, acabou pagando quase US$ 1 milhão a uma empresa terceirizada para que conseguisse o acesso. Desde então, essa batalha se tornou um jogo constante de gato e rato, mas com o iOS 18, parece que a Apple deu um grande passo à frente.
Inimiga da Apple agora trabalha para o “inimigo”
Porém, há uma reviravolta intrigante nessa história. Enquanto a Apple reforçava suas defesas, ela também se envolvia em uma batalha judicial contra uma empresa pequena da Flórida chamada Corellium. Essa empresa tinha desenvolvido uma tecnologia para virtualizar o iOS em computadores, sendo crucial para que pesquisadores de segurança pudessem detectar falhas no sistema.
Após uma tentativa frustrada de contratar o fundador da Corellium, Chris Wade, a Apple decidiu processar a empresa em 2019, alegando violação de direitos autorais. A disputa judicial não terminou da forma que a Apple esperava, e em 2021, um acordo confidencial foi alcançado entre as partes.
O que aconteceu depois? A Corellium foi comprada pela Cellebrite por US$ 200 milhões. A empresa que a Apple queria derrubar agora faz parte do time que tenta burlar suas defesas. Chris Wade, agora como Diretor de Tecnologia (CTO) da Cellebrite, traz consigo conhecimentos que podem ser a chave para que a empresa retome as tentativas de acessar os dados dos iPhones.
O que isso significa para a sua privacidade?
Atualmente, a mensagem é clara: quem possui um iPhone e mantém o dispositivo atualizado pode se sentir bastante seguro em relação aos seus dados. A confirmação da Cellebrite de que é “impossível” hackear um iPhone com o iOS 18 reforça a seria necessidade de realizar as atualizações de software sempre que disponíveis.
Entretanto, do outro lado, muitos dispositivos Android ainda enfrentam vulnerabilidades, exceto alguns modelos mais recentes do Google Pixel, que se beneficiam da integração entre hardware e software pela mesma empresa.
Embora a Apple esteja em vantagem agora, a aquisição da Corellium pela Cellebrite pode ser um movimento estratégico que merece atenção. A disputa pela segurança digital continua, mas, até o presente momento, os usuários de iPhone podem dar um suspiro de alívio.