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Moeda de ouro rara de 2.200 anos é descoberta em Jerusalém

Uma moeda de ouro raríssima, com 2.200 anos de história, foi encontrada durante escavações no Estacionamento de Givati, em Jerusalém. O mais interessante é que essa moeda pertenceu à Rainha Berenice II, esposa do rei egípcio Ptolomeu III. Surpreendentemente, é a primeira vez que uma moeda desse tipo aparece fora do Egito!

De acordo com a Autoridade de Antiguidades de Israel, apenas 20 moedas semelhantes foram descobertas em todo o mundo. Embora seja pequena, essa peça traz um valor histórico incrível, pois retrata uma mulher como governante — algo raro que chamou a atenção dos especialistas.

Uma rainha no poder

A descoberta foi feita pela arqueóloga Rivka Langler, que ficou sem palavras ao encontrar a moeda. “Vi algo brilhante e percebi que era uma moeda de ouro. No começo, não acreditei. Estou escavando há dois anos e, finalmente, chegou a minha vez”, contou ela em um post nas redes sociais.

A moeda foi cunhada entre 246 e 241 a.C. em Alexandria, provavelmente como recompensa para os soldados durante a Terceira Guerra Síria. O rosto da rainha Berenice II aparece com símbolos de realeza, mostrando sua autoridade.

Um lado da moeda mostra Berenice usando diadema, véu e colar, enquanto o outro apresenta uma cornucópia ladeada por estrelas e seu nome. A cornucópia é um símbolo de prosperidade e fertilidade, que, para os arqueólogos, representa o poder pessoal da rainha.

A trajetória de Berenice II

A vida de Berenice II foi marcada por poder e muitos desafios. Após a morte de Alexandre, o Grande, seu pai, Magas, ficou à frente da Cirenaica, onde já aparecia o rosto da filha nas moedas. A jovem se casou com Demétrio, o Belo, mas o casamento não durou; ele acabou assassinado após ter um caso extraconjugal.

Depois, Berenice uniu-se ao primo Ptolomeu III, consolidando o poder da dinastia ptolomaica. Porém, a história não foi gentil com ela e Berenice encontrou um fim trágico.

Para os estudiosos, essa moeda é um dos primeiros exemplos de uma rainha ptolomaica sendo reconhecida como governante em vida. Berenice não era vista apenas como consorte; ela era uma autoridade, à altura do rei.

Jerusalém no século III a.C.

Além do achado incrível, a descoberta da moeda também traz novas perspectivas sobre Jerusalém durante o período helenístico. O Dr. Yiftah Shalev, da Autoridade de Antiguidades de Israel, e Efrat Bocher, da CSAJ, ressaltam que isso desafia a ideia de que a cidade era pobre após 586 a.C.

As evidências mostram que Jerusalém se recuperava e mantinha conexões com centros políticos e culturais da época. Assim, a cidade funcionava como um elo econômico e cultural no século III a.C.

Os especialistas em numismática, Dr. Robert Kool e Dr. Haim Gitler, destacam que a moeda não representa apenas riqueza, mas também prestígio. Mostra, ainda, como mulheres puderam ser reconhecidas formalmente como governantes em um mundo que, muitas vezes, era dominado por homens.

Por isso, a moeda de ouro encontrada em Jerusalém não apenas evidencia a importância da cidade em sua época, mas também ilumina o papel singular de Berenice II na história da dinastia ptolomaica, revelando camadas fascinantes de uma era tão distante.

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