Notícias

Maduro treina militantes com veneno indígena para resistência

A situação na Venezuela tem ganhado contornos curiosos e até dramáticos. Recentemente, o governo de Nicolás Maduro vem apostando na ideia de uma resistência popular extremamente mobilizada, através de brigadas de 4,5 milhões de ativistas. Essa estratégia, curiosamente, inclui o uso de flechas com veneno, que seriam ensinadas por grupos indígenas. A proposta é transformar essa narrativa em um símbolo de defesa contra uma suposta ameaça de invasão dos Estados Unidos.

Logo na abertura das mobilizações, o governo quer apresentar a Venezuela como uma fortaleza sitiada, mas ao mesmo tempo organizada. Sob a liderança de figuras como Diosdado Cabello, há uma tentativa clara de acentuar uma imagem de bravura e união entre os militantes. Cabello pediu para que todos mantivessem "pés firmes, nervos de aço" e atuassem com calma, mas prontos para a luta, reforçando a necessidade de uma resistência ativa.

Brigadas chavistas e a construção da ameaça externa

Cabello, em seus discursos, tem enfatizado a necessidade de preparar a população para o que considera uma “ameaça externa extrema”. Ele falou sobre a mobilização de mais de 4,5 milhões de ativistas, organizados em Comitês Bolivarianos. O objetivo é claro: mostrar que essa massa é um forte suporte à defesa do governo.

O clima de tensão se intensifica com referências à presença militar dos EUA no Caribe, especialmente com a atuação do porta-aviões USS Gerald Ford. Essa presenças servem para justificar a vigilância constante e um discurso de "defesa popular". Um dos pontos mais polêmicos é a introdução de flechas com veneno, que, segundo Cabello, seriam usadas em caso de conflitos. Essas armas são inspiradas em práticas indígenas, e o governo vê nisso uma forma de resistência que se remete às tradições ancestrais do país.

A mensagem é clara: o governo está disposto a usar qualquer recurso, incluindo técnicas de combate que remetam à cultura indígena, para proteger o país de supostas agressões externas. Isso cria uma atmosfera em que se projeta a coragem do povo venezuelano em se equipar com qualquer arma disponível, mesmo que seja uma flecha silenciosa.

Poderes especiais, vigílias e fusão popular militar-policial

Além de empunhar essas flechas, a administração de Maduro também está tomando medidas institucionais para se preparar para um possível ataque. Ele pode pedir “poderes especiais” se uma agressão americana se concretizar. Maduro também convocou vigílias permanentes de militantes chavistas em várias regiões do leste venezuelano. Essa iniciativa é apresentada como uma fusão ideal de popular, militar e policial.

É uma mistura curiosa entre atos de rua e discursos de paz com referências à música “Imagine” de John Lennon, que tenta balancear a ideia de guerra e a busca pela paz. Mas esse contraste, de cantar por paz enquanto se maneja uma flecha, traz à tona a complexidade de uma estratégia que ambiciona tanto a diplomacia quanto a intimidação simbólica.

Linha dura nos EUA e uso político do confronto pelo chavismo

Por outro lado, o governo americano e certos opositores de Maduro têm adotado uma postura dura. Eles alimentam cenários de possível ataque e mudança de regime, o que, mesmo que pareça pouco provável, serve para o chavismo manter sua base coesa. Essa retórica de defesa e a figura do “Super Bigode” se tornam importantes para os militantes, pois ecoam a mensagem de que o governo não recuará diante de qualquer agressão.

A mistura de armas ancestrais e campanhas de propaganda nos meios de comunicação ajuda a criar a narrativa de um chavismo que é constantemente cercado por inimigos, mas que ainda assim se vê como um projeto forte e resistente. A proposta aqui é clara: apresentar uma Venezuela unida e preparada para se opor a qualquer tipo de ameaça, mantendo viva a ideia de que a resistência popular é essencial.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo