Notícias

Cidade interiorana atrai brasileiros com custo de vida menor

Cidades como Campinas e Sorocaba estão se tornando o novo destino de muitos brasileiros. A migração, que antes ia do interior para as capitais, agora inverteu a rota. Em 2025, a crescente procura por essas cidades do interior paulista tem atraído cada vez mais famílias, profissionais qualificados e até empresas multinacionais. O que motiva essa mudança? Um custo de vida mais acessível e uma qualidade de vida excepcional em comparação às capitais superlotadas.

Só em 2024, Campinas recebeu mais de 40 mil novos moradores e Sorocaba viu os preços dos imóveis dispararem, com algumas regiões valorizando até 70%. Essa transformação não é apenas sobre casas e apartamentos; é uma mudança significativa na economia e na demografia do Brasil.

Custos menores e padrão de vida mais alto

Um dos principais motivos para a migração é o custo de vida. Dados mostram que viver em Campinas ou Sorocaba pode sair, em média, 30% menos do que morar em São Paulo. Para se ter uma ideia, o aluguel de um apartamento de 80 m² em Campinas fica em torno de R$ 2.800, enquanto na capital esse preço salta para R$ 4.200. Além disso, restaurantes, serviços e a educação, como escolas privadas, também têm valores mais acessíveis, mantendo uma boa qualidade.

Os moradores dessas cidades desfrutam de shoppings modernos, hospitais de referência e universidades de alta qualidade, tudo isso sem a famosa correria e o caos do transporte urbano das metrópoles. Com menos gastos e mais benefícios, muitos estão decidindo deixar a vida nas capitais para trás e buscar uma nova rotina.

Crescimento de 8% ao ano e boom imobiliário

Campinas e Sorocaba estão entre as cidades que mais crescem no interior de São Paulo. Nos últimos três anos, ambas mostraram um crescimento populacional de mais de 8% ao ano, impulsionado pela migração e pela chegada de novas empresas.

No mercado imobiliário, o impacto é claro. Em Sorocaba, certos bairros tiveram alta de até 70% no preço do metro quadrado em 2024, enquanto Campinas viu uma valorização média de 20%. As construtoras falam em um "boom imobiliário", semelhante a cidades turísticas, mas aqui a demanda é por residências permanentes, com suporte de emprego e uma boa qualidade de vida.

O polo econômico e tecnológico que atrai multinacionais

E não são só famílias que estão se mudando. Multinacionais também estão se estabelecendo no interior. Campinas, por exemplo, abriga um dos principais polos tecnológicos da América Latina com grandes nomes como IBM e Samsung, além da famosa Unicamp, que forma profissionais altamente qualificados.

Sorocaba tem se destacado como um centro logístico e industrial, com fácil acesso a rodovias que conectam a cidade a São Paulo e outras regiões do estado. Essa infraestrutura atrai indústrias e startups de tecnologia, gerando um ecossistema que proporciona uma renda per capita acima da média nacional e taxas de desemprego mais baixas que em várias capitais.

Segurança e qualidade de vida em alta

Outro fator que pesa bastante nessa mudança é a segurança. Enquanto grandes capitais como São Paulo e Rio de Janeiro lidam com altos índices de crime, cidades do interior têm conseguido reduzir esses números. Em Sorocaba, houve uma queda de quase 15% nos crimes violentos em 2024. Campinas, apesar de seus desafios, se destaca por manter taxas menores de criminalidade em comparação a grandes centros e investe em policiamento comunitário e monitoramento.

Além disso, a presença de parques, áreas verdes e ciclovias, somada à proximidade de locais turísticos como o Circuito das Águas, aumenta a sensação de qualidade de vida.

Migração da elite e impacto cultural

Esse movimento migratório não envolve só a classe média, mas também a elite paulistana em busca de condomínios de alto padrão e infraestrutura diferenciada. Com essa nova demanda, surgem escolas bilíngues, clínicas especializadas e centros comerciais luxuosos, transformando as cidades em verdadeiros polos de consumo.

E o impacto cultural pode ser sentido nas diversas atividades que essas cidades agora oferecem. Campinas, por exemplo, recebeu grandes shows internacionais que antes eram realizados exclusivamente nas capitais. Os eventos culturais, museus e festivais de música e gastronomia enriquecem a vida local.

Os desafios do crescimento acelerado

Porém, nem tudo são flores. O crescimento rápido traz desafios como congestionamentos crescentes, pressão sobre serviços públicos e aumento no preço dos imóveis. As autoridades locais estão atentas e já trabalham em planos para melhorar o transporte público, a habitação e a infraestrutura de saneamento.

Especialistas alertam que, se não houver planejamento, cidades como Campinas e Sorocaba podem enfrentar os mesmos problemas de urbanização desordenada que afetam as grandes capitais, comprometendo a qualidade de vida.

O que está acontecendo nessas cidades é um reflexo de uma mudança maior no Brasil. Movimentos como esse mostram que as pessoas estão buscando segurança, custo de vida acessível e oportunidades de trabalho em lugares menos congestionados. Esse fenômeno já foi chamado de “novo êxodo urbano”, onde o interior está ganhando destaque e as capitais, espaço. Se bem orientado, esse movimento pode transformar essas cidades médias em verdadeiros polos de inovação e qualidade de vida.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo