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A conexão entre juta, guerras mundiais e inventores renomados

A bucha de parafuso é um verdadeiro símbolo de evolução na construção civil. Embora pareça uma peça simples, sua história atravessou mais de um século, cheia de transformações, guerras e inovações. Desta humilde bucha, surgiram soluções práticas que mudaram o jeito de fixar objetos nas paredes.

A história dela começa lá no século 20, quando se buscava maneiras mais eficientes de prender coisas às paredes. Antes da bucha, o processo era complicado: você precisava abrir uma ranhura em uma junta de argamassa, colocar uma peça de madeira e, só então, aparafusar. Um método que além de demorado, comprometia o acabamento das paredes.

Em 1911, o britânico John Joseph Rawlings trouxe um avanço significativo ao desenvolver a primeira bucha para alvenaria chamada Rawlplug. Feita de fibras unidas por adesivo, essa bucha se expandia quando o parafuso era inserido, garantindo uma fixação muito mais segura.

A influência das guerras no design das buchas

Após a Primeira Guerra Mundial, a necessidade de modernizar estruturas cresceu. Era preciso instalar eletricidade e outras melhorias em prédios antigos, e foi aí que a bucha de Rawlings ganhou destaque, chegando a ser utilizada no Museu Britânico em Londres.

Durante os anos entre guerras, a demanda por soluções rápidas e eficientes cresceu. Na Alemanha, em 1928, o engenheiro Fritz Axthelm patenteou uma bucha de expansão que melhorou a fixação em alvenaria. Contudo, a Segunda Guerra e o pós-guerra trouxeram novas oportunidades, com uma maior exploração de novos materiais, como os polímeros, permitindo a transição das buchas metálicas para versões plásticas.

Fibras vegetais e a chegada do náilon

As primeiras buchas de fibras, frequentemente feitas de juta ou cânhamo, funcionavam bem, mas apresentavam limitações: a variação na densidade das paredes e a falta de padronização comprometiam a eficácia. Com o avanço dos testes e das patentes na era do plástico, a bucha plástica começou a se consolidar na Europa nos anos 1950.

O sueco Oswald Thorsman trouxe novidades em 1957 ao criar um dúbel plástico, introduzindo a identificação por cores para facilitar a escolha nas obras. Essa mudança ajudou a popularizar o uso de buchas em instalações leves, tornando o trabalho de quem instala muito mais prático.

Em 1958, o inventor alemão Artur Fischer registrou uma patente revolucionária com uma bucha que combinava expansão controlada e travas, feita de náilon. Esse modelo se destacou por ser extremamente versátil, funcionando em diferentes materiais, e logo se tornou uma referência mundial.

A genialidade de Artur Fischer

Artur Fischer não apenas criou a bucha mais usada atualmente, mas também deixou uma marca indelével na engenharia, acumulando mais de 1.100 patentes. Além da bucha, ele desenvolveu outros produtos notáveis, como sistemas de disparo de flash fotográfico sincronizado.

A bucha de náilon se destacou na década de 1960 por sua economia de fabricação e facilidade de uso, mudando a forma como instala-se objetos permanentes em diferentes superfícies.

Uma breve linha do tempo das buchas

  • Rawlplug (1911): Marca o início das buchas feitas de fibras, revolucionando o modo de fixação.
  • Década de 1920: A engenharia alemã cria mecanismos de expansão controlada e adota materiais metálicos.
  • Pós-Segunda Guerra: A bucha plástica se destaca pelo custo e adaptabilidade.
  • Patente de 1958: O bucha de náilon inovadora estabelece um novo padrão de fixação.

A importância dessa trajetória

A história da bucha de parafuso é mais do que a evolução de um componente. Ela mostra como materiais, processos e demandas estão interligados. Na prática, a bucha permite fixações seguras, sem estragar paredes, e sem a necessidade de mão de obra altamente especializada.

Esse pequeno item, que pode passar despercebido na rotina de um pedreiro ou de um marceneiro, é, na verdade, um testemunho da engenhosidade aplicada a desafios reais. A bucha de parafuso representa a habilidade da engenharia em transformar crises e incertezas em soluções práticas e inovadoras.

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