Famílias de vítimas criticam relatório que culpa erro do piloto

Investigação sobre Acidente Aéreo na Coreia do Sul Revela Erro do Piloto
Uma investigação sobre o pior desastre aéreo na Coreia do Sul revelou que o piloto do voo 2216 da Jeju Air desligou o motor errado durante a aterrissagem. O acidente ocorreu em dezembro, quando a aeronave, que estava se aproximando do Aeroporto Internacional de Muan, colidiu com uma barreira após ter sido atingida por um pássaro em um de seus motores.
No total, 179 das 181 pessoas a bordo do voo faleceram. Apenas duas pessoas sobreviveram ao acidente. Durante a abordagem para o pouso, os pilotos relataram a colisão com a ave e fizeram um pedido de socorro.
Nesse dia, o avião tentou pousar na pista vindo da direção oposta, mas acabou fazendo um pouso forçado, sem o trem de pouso, e deslizou até colidir com uma barreira de concreto. Os motores da aeronave foram enviados para análise na França em março, e os últimos achados indicam que o piloto desligou o motor esquerdo, que não apresentava problemas, em vez do motor direito, que havia sido severamente danificado pelo impacto.
As famílias das vítimas expressaram sua indignação após a divulgação dos resultados da investigação, que deveria ter acontecido no último fim de semana, mas foi adiada devido a protestos. Elas afirmaram que a conclusão atribuía a culpa ao piloto sem considerar outros fatores relevantes, como a barreira de concreto que, segundo elas, contribuiu para o gravíssimo resultado do acidente.
Em um comunicado, os familiares pediram uma investigação justa e transparente e recomendaram que os investigadores realizassem uma coletiva de imprensa somente após uma análise completa.
O sindicato dos pilotos da Jeju Air também se manifestou, criticando a investigação por focar no erro do piloto e desconsiderar outros elementos que puderam ter influenciado o acidente. Apesar das críticas, fontes com conhecimento do inquérito afirmaram que a equipe de investigação não pretende alterar suas conclusões, pois possui evidências claras que respaldam suas descobertas.
Após o acidente, o ministério dos Transportes da Coreia do Sul anunciou, em janeiro, planos para remover barreiras de concreto em sete aeroportos. Em maio, as famílias das vítimas apresentaram uma queixa criminal contra o executivo-chefe da Jeju Air, Kim E-bae, por negligência profissional. Atualmente, ele faz parte de um grupo de 24 pessoas que estão sendo investigadas em relação ao caso.