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Eurafrica: a fusão de África e Europa e o fim do Mediterrâneo

O supercontinente que se forma no futuro pode surpreender muitos. Imagine só: África e Europa se unindo em um novo bloco de terra chamado Eurafrica. Com o tempo, o estreito de Gibraltar deve se fechar, fazendo o Mediterrâneo evaporar e dando espaço a uma enorme cadeia de montanhas. Este processo já é visível na atividade sísmica e vulcânica da região.

A formação deste supercontinente é um acontecimento que leva milhões de anos. As placas tectônicas se movem lentamente, apenas alguns centímetros a cada ano, mas elas acumulam uma quantidade impressionante de energia. Essa energia é suficiente para transformar zonas costeiras em desertos e elevar montanhas. O Mediterrâneo é como um laboratório natural, onde estamos testemunhando a tectônica de placas em ação.

Da Pangeia ao próximo supercontinente

A história da Terra é repleta de transformações. Começando com a Pangeia, um supercontinente que já existiu, até nosso atual mosaico de terras, tudo pode ser explicado pela tectônica de placas. Quando duas massas continentais se encontram, a crosta terrestre não afunda facilmente. Em vez disso, a energia gerada leva à formação de montanhas.

Basicamente, as correntes no manto da Terra movem a litosfera, ou seja, as placas tectônicas. Este movimento leva à colisão de áreas como a África e a Eurásia no Mediterrâneo, um passo em direção a um novo supercontinente.

O Mediterrâneo, com seus desafios, é uma área onde a placa africana avança para o norte, enquanto microplacas, como a Anatólia, se deslocam lateralmente. Essa compressão resulta em tremores e vulcanismo, várias partes já mostram sinais de deformação.

Esse padrão de movimento é como um zíper, que se fecha de leste a oeste. Regiões como Zagros e Cáucaso indicam que a colisão já está avançada no lado oriental, enquanto lugares como Itália e Grécia mostram que a subducção oceânica ainda é intensa. E, claro, no extremo oeste, Gibraltar é o local que pode encerrar essa transformação tectônica.

Como o Mediterrâneo se fecha

O fechamento do Mediterrâneo começa com o fechamento do estreito de Gibraltar. Sem conexão com o Atlântico, o Mediterrâneo não se reabastece e entra em um processo de secagem, já vivido anteriormente durante a Crise de Salinidade Messiniana, há milhões de anos. O resultado? Acúmulo de sal e um rebaixamento do relevo.

À medida que as placas colidem, a evaporação se intensifica e o Mediterrâneo se transforma em um deserto salino. As placas africana e europeia se encontram, e as rochas do fundo do mar, ricas em sal, se tornam essenciais para a formação de montanhas. Podemos esperar que essa nova cordilheira se assemelhe a cadeias como os Alpes ou o Himalaia.

Em termos de estrutura, é provável que vejamos características como empilhamento de rochas e metamorfismo intenso. A Cordilheira Eurafricana pode até se estender por milhares de quilômetros e alcançar alturas impressionantes.

O que muda no clima quando surge um supercontinente

A configuração geográfica tem um papel vital no clima global. Um supercontinente pode provocar interiores mais secos e mudanças extremas de temperatura. Sem a influência moderadora dos oceanos, grandes áreas podem se tornar inabitáveis.

O fechamento do Mediterrâneo afetará também os padrões de vento, as correntes oceânicas e as temperaturas, alterando a distribuição de calor no planeta. Essa transformação é um fenômeno natural, que não depende de ações humanas. O processo leva tempo, acumulando milimetricamente ao longo de milhões de anos.

A principal área de colisão será a faixa mediterrânica, onde a criação e a destruição da crosta se equilibram, movendo as placas em direção à união.

O que já dá para observar

Atualmente, já podemos notar alguns sinais dessa transformação. A alta atividade sísmica na margem sul da Eurásia e vulcões ativos, como o Etna, reforçam a ideia de que a subducção e a compressão continuam. Cada tremor é um pequeno passo nesse longo caminho de transformação.

Nos Alpes, as características geológicas complexas refletem o que podemos esperar no futuro, quando o Mediterrâneo deixar de existir. O que enxergamos na superfície é só uma parte de processos que estão acontecendo profundamente sob nossos pés.

O surgimento desse supercontinente é uma consequência natural de um planeta em constante mudança. O Mediterrâneo já revela os sinais deste grande movimento, e a Eurafrica é o próximo capítulo desta história que começou com a Pangeia.

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