15 produtos que encolheram no Brasil e geram dúvidas sobre qualidade

Nos últimos anos, uma mudança tem chamado a atenção — e a raiva — dos consumidores mais observadores. Vários produtos que conhecemos e amamos estão encolhendo, mas os preços permanecem praticamente os mesmos. O termo que define essa situação é reduflação, uma estratégia usada pela indústria para não aumentar visivelmente os preços, mesmo diante do aumento dos custos.
Muitas vezes, ao comparar propagandas mais antigas e embalagens antigas, ficamos surpresos ao perceber que produtos tradicionais, de alimentos a itens de limpeza, foram diminuídos sem aviso. Essa prática, que recentemente ganhou destaque em análises, revela que a redução é muito mais notável do que a maioria imagina.
Piraquê, Tang e Panetone: Quando a tradição perdeu peso
Vamos começar com a famosa Piraquê, que é sinônimo de qualidade nas prateleiras brasileiras. O biscoito Wafer Piraquê, que antes pesava 160 g, agora vem com apenas 100 g — uma redução de 37,5%. No caso do biscoito de maisena, a perda é de cerca de 25 g por pacote, o que representa uma queda em torno de seis unidades.
Mas se você achava que isso era surpreendente, olhe o que aconteceu com o suco Tang, que fez parte da infância de muitos. Na década de 90, o pacote pesava 120 g. Agora, ele está com apenas 18 g, ou seja, uma redução impressionante de 85%. Isso significa que o que antes servia para uma jarra agora mal enche um copo.
E não para por aí. O panetone Visconti, tradicional no Natal, também “emagreceu”, passando de 1 kg para 400-500 g. O preço, por sua vez, segue a tendência de alta a cada Natal.
Sabão em pó, Bis e sabonetes: Produtos do dia a dia também encolheram
Vimos que nem os produtos de limpeza escaparam dessa onda. O sabão em pó, que antigamente vinha em caixas de 1 kg, agora é encontrado em pacotes de 800 g. Essa é uma redução de cerca de 20%, o que impacta o número de lavagens que conseguimos fazer antes de ter que reabastecer.
E o sabão em barra IP, que costumava ter 1 kg, agora vem com 900 g. O consumidor, portanto, paga o mesmo, mas leva quase uma barra a menos.
Lembram do Bis dos anos 90? Ele era mais robusto e, com 20 unidades, pesava 150 g. Agora, com o mesmo número de unidades, o pacote conta com apenas 100,8 g — uma diminuição de 33%.
Até os sabonetes diminuíram: as barras Lux Luxo e Dove, que pesavam 100 g, agora vêm em porções de 85 g cada. Ao longo de um ano, isso gera uma diferença considerável.
Pães, cereais e achocolatados: Café da manhã mais leve (e caro)
O famoso pão de forma Plusvita perdeu peso também. Antes, cada pacote tinha 600 g; hoje, encontramos apenas 480 g. E os cereais matinais não foram poupados: o Sucrilhos Kellogg’s, por exemplo, caiu de 300 g para 240 g, enquanto o Ovomaltine, que vinha com 500 g, agora conta com 400 g.
A situação do Neston segue a mesma linha, reduzindo de 500 g para 360 g, uma diminuição de cerca de 30%. Essa "redução discreta" tem acontecido sem que muitos consumidores percebam, o que torna a situação ainda mais preocupante.
Salgadinhos, batatas e papel higiênico: Cortes até no que não parece
No quesito salgadinhos, as Pringles, que eram sinônimo de sofisticação, chegaram a ter 200 g. Hoje, a embalagem moderna conta com apenas 104 g. Já os Fandangos e Elma Chips também reduziram a quantidade de 100 g para 45 g, resultando em uma queda de 55%.
E o papel higiênico? No passado, os rolos vinham com 40 metros. Atualmente, muitos rolos tradicionais têm apenas 20 metros. Assim, o consumidor não está usando mais, mas sim recebendo menos produto a cada compra.
A era da reduflação: Menos produto, mais preço
Essa prática de “reduzir discretamente o tamanho” enquanto o preço se mantém é o que chamamos de reduflação. Esse fenômeno não acontece apenas no Brasil, mas aqui é especialmente perceptível em produtos populares.
Especialistas em consumo afirmam que essa estratégia serve para compensar os custos sem chocar o consumidor com aumentos diretos. Contudo, muitos se sentem lesados com a falta de transparência, pois não percebem que estão levando menos do que antes.
Ao longo dos anos, vários produtos aparentemente se encolheram, mas os preços seguem subindo. Nesse cenário, a qualidade de muitos itens também deixa a desejar.



