Painel vai cobrir edifício do Banco do Brasil na Lei Cidade Limpa

O edifício que abriga os escritórios do Banco do Brasil, localizado no centro histórico de São Paulo, passará por uma nova intervenção que incluirá a instalação de três grandes painéis publicitários em suas fachadas. Esses painéis, feitos de telas perfuradas, cobrirão até um quarto da área do prédio e serão posicionados nos andares superiores.
As telas trarão a logomarca da Tivio Capital, uma empresa do setor financeiro que irá utilizar os recursos gerados pela publicidade para financiar a restauração das fachadas do edifício. A autorização para essa intervenção foi concedida na última segunda-feira pela Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU), que é um órgão da Prefeitura de São Paulo, composto por membros da sociedade civil. Essa comissão é responsável por garantir que as intervenções na cidade respeitem a Lei Cidade Limpa, que limita a publicidade em áreas externas.
Desde 2006, São Paulo tem regras rigorosas que proíbem a maioria das formas de publicidade em espaços públicos. As únicas exceções incluem pontos de ônibus e relógios de rua. Porém, um decreto municipal de 2017 trouxe uma exceção adicional: permite que a publicidade seja utilizada para projetos destinados à recuperação de imóveis, como é o caso do edifício do Banco do Brasil.
Além disso, discussões sobre a liberação de publicidade em outros pontos da cidade estão em andamento na Câmara Municipal. A proposta já passou pela primeira votação e uma nova apreciação deverá ocorrer após algumas alterações, conforme informou o vereador Rubinho Nunes, autor do projeto.
Regina Monteiro, arquiteta responsável pela lei, comentou que a liberação de mais publicidade na cidade não é necessária, pois as exceções já existentes, como a aplicada ao prédio do Banco do Brasil, são suficientes para ajudar na arrecadação de recursos para a recuperação de fachadas e outras melhorias urbanas.
O edifício, oficialmente chamado de São João, tem mais de 140 metros de altura e é um dos marcos do patrimônio histórico da cidade. Ele se destaca entre outras construções históricas da região, como o Altino Arantes (Farol Santander), que mede cerca de 160 metros, e o edifício Martinelli, considerado o primeiro arranha-céu de São Paulo, com mais de 100 metros.
O custo estimado para a intervenção no edifício São João é de R$ 7,49 milhões, com um prazo de execução de 18 meses. Os três painéis publicitários serão instalados nas fachadas que dão para as ruas Líbero Badaró, São João e São Bento. A tela na frente da rua Líbero Badaró terá 588,95 metros quadrados, enquanto a voltada para a avenida São João ocupará 1.410,62 metros quadrados. Na saída para a rua São Bento, a área coberta será de 689,49 metros quadrados.
As telas ainda incluirão espaço para os logotipos do Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, além de informações sobre o acordo de cooperação e o cronograma da obra.
A Lei Cidade Limpa permite que até 25% da fachada dos edifícios seja coberta por painéis publicitários para a arrecadação de recursos destinados a reformas. Atualmente, existem mais de 1.100 imóveis na área central de São Paulo com potencial para se beneficiarem dessa regra, segundo dados da Secretaria de Urbanismo da gestão atual do prefeito Ricardo Nunes.