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Caçadores de mel enfrentam abelhas em busca do doce valioso

Em penhascos íngremes no meio da floresta, caçadores de mel enfrentam um cenário desafiador. Suspensos por cordas e escadas improvisadas, eles lidam com milhares de abelhas bastante irritadas. A cada temporada, em uma região montanhosa isolada, essa coragem e técnica tradicional garantem a colheita de impressionantes 50.000 a 100.000 quilos de mel silvestre. O que está em jogo não é apenas a adrenalina, mas também a própria vida, já que os riscos incluem quedas, picadas e a perigosa natureza do ambiente.

Esse mel não é apenas um produto bonito, ele se tornou uma verdadeira joia no mercado. Dependendo das flores e técnicas de colheita, o preço por quilo pode variar muito. Enquanto alguns tipos de mel são vendidos a preços acessíveis, outros mais raros podem chegar a valores exorbitantes, como R$ 8.800 por quilo. O resultado disso? Comunidades inteiras se lançam a essa rotina de risco em busca de uma renda que pode fazer toda a diferença.

Como começa a jornada do mel silvestre nas montanhas

A colheita do mel silvestre acontece em dois períodos principais: entre março e maio, e novamente de setembro a novembro. Essas expedições podem durar de alguns dias a uma semana, sempre em locais de difícil acesso. Antes de partir, os caçadores se preparam minuciosamente, organizando desde equipamentos de segurança até as ferramentas necessárias para a coleta.

Para essa aventura, são essenciais cordas duráveis, escadas de escalada e cintos de segurança bem fixos. Muitas colmeias ficam em paredões de 60 a 90 metros de altura ou no topo de árvores que alcançam até 30 metros. Caminhar nessas alturas requer atenção e habilidade. Cada movimento é planejado, pois não há espaço para deslizes. Sem capacetes modernos ou equipamentos de apicultor, os caçadores dependem de ritmo, equilíbrio e uma conexão intensa com o grupo.

Fumaça, abelhas e favos gigantes de mel

Para enfrentar os enxames, os caçadores usam feixes de folhas secas e brasas acesas, criando uma fumaça densa que desorienta as abelhas. Essa tática ajuda a evitar que todas as abelhas sejam atacadas. Munidos de bastões de bambu longos, eles se aproximam da colmeia, prontos para a ação.

Suspensos no ar, o caçador principal utiliza uma foice ou uma faca longa para cortar os grandes favos de mel. Enquanto isso, outra pessoa na equipe cuidadosa recebe os favos em uma cesta artesanal. Cada movimento precisa ser extremamente bem coordenado para que o material não se perca e, claro, para garantir a segurança de todos.

Do favo bruto ao mel pronto para venda

Depois que os favos chegam ao chão, inicia-se uma etapa totalmente manual e trabalhosa. Os caçadores esmagam os favos ou filtram o conteúdo através de um pano limpo para separar o mel da cera. O líquido espesso que surge é o mel bruto, ainda cheio de impurezas. Em seguida, ele precisa ser coado para eliminar restos de cera e partes de abelhas.

Após esse processo, o mel repousa por 24 a 48 horas para que as partículas mais pesadas se depositem. Só então é colocado em garrafas esterilizadas, pronto para ser consumido. Cada colmeia pode pesar entre 7 a 23 quilos, resultando em um mel escuro, denso e com sabor forte, que reflete a flora da região.

Mel valioso, safra gigantesca e riscos diários

A colheita de mel silvestre, mesmo sendo uma prática antiga, continua a movimentar volumes incríveis. Em regiões montanhosas, a colheita pode render dezenas de milhares de quilos, tirados diretamente das falésias. O cenário é ao mesmo tempo deslumbrante e perigoso, com colmeias ocupando paredes inteiras desses paredões.

O preço é diretamente proporcional ao encontro de tantos riscos. O mel silvestre é reconhecido por seu valor mais alto que o produzido em colmeias convencionais, sobretudo se vem de regiões remotas e das espécies mais raras de abelhas. Tipos de mel extraídos de cavernas ou em condições extremas podem ter valores exorbitantes por quilo. Essa combinação de escassez, esforço humano e a aura de "puro" faz do mel silvestre um verdadeiro tesouro.

O contraste entre o mel silvestre e o mel da apicultura moderna

Enquanto caçadores se arriscam em terrenos escorregadios, a realidade do mel em outros lugares é bastante diferente. Em países onde a apicultura é mais avançada, milhões de colmeias são organizadas em terrenos forrados de flores, facilitando o manejo e a colheita.

Na colheita, apicultores usam fumaça de maneira cuidadosamente controlada, acalmando as abelhas e garantindo segurança. Os quadros cheios de mel são retirados e, após a raspagem das tampas de cera, o mel é extraído com máquinas centrífugas que liberam o líquido sem danificar os favos. Assim, as colmeias continuam inativas, e a produção se torna quase automática.

Do campo à garrafa em linhas automatizadas de mel

Em grandes operações, a trajetória do mel das colmeias até a garrafa é automatizada em quase todas as etapas. Após a extração, ele passa por filtragens mais finas e é armazenado em tanques grandes. Sistemas automáticos enchem e selam as garrafas em grande escala, facilitando a distribuição.

Um único apicultor pode coletar centenas de quilos de mel por temporada, sem enfrentar riscos como os dos caçadores. Isso resulta em milhões de quilos de mel circulando nos mercados, atendendo à demanda até mesmo em locais sem condições adequadas de produção.

Sabor, cor e preço: por que o mel silvestre vale mais

Ao comparar o mel cultivado com o silvestre, as diferenças ficam mais evidentes. O mel convencional costuma ser mais claro e uniforme, enquanto o silvestre é mais escuro e denso, com um sabor muito mais complexo. Cada flor, cada região deixa sua marca, resultando em uma experiência única ao paladar.

Essa singularidade, aliada ao esforço físico e ao risco da colheita, faz do mel silvestre um produto de valor elevado no mercado internacional. Para muitos, é visto quase como um remédio caseiro ou um ingrediente de luxo.

Entre tradição, perigo e mercado global de mel

Por trás de um simples pote de mel silvestre, existe um universo que mistura cultura e sobrevivência. Muitas comunidades mantêm essa tradição, transmitindo esse conhecimento ao longo das gerações, entrelaçando histórias de coragem. Por outro lado, a apicultura moderna oferece uma alternativa mais segura e acessível, garantindo que o mel chegue a todos os lares.

O que realmente importa é a jornada que o mel percorre, seja ele claro e suave ou escuro e intenso. Cada garrafa carrega uma história diferente, refletindo não só o trabalho dos que o colheram, mas também a relação das comunidades com a natureza que os rodeia.

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