Executivo investe US$ 290 mil em passe vitalício de companhia aérea

O que acontece quando alguém compra um passe vitalício de companhia aérea e decide realmente aproveitar essa oportunidade ao máximo? O resultado é uma história intrigante e cheia de reviravoltas, que se divide em duas realidades: de um lado, a United Airlines, que celebra um de seus superusuários; do outro, a American Airlines, que enfrenta um verdadeiro pesadelo financeiro.
Vamos falar de Tom Stuker, um consultor de concessionárias de automóveis de Nova Jersey, que fez o que considera ser o melhor investimento da sua vida: em 1990, ele adquiriu um passe vitalício da United Airlines por cerca de US$ 290.000. E, se você acha que isso é caro, saiba que com a opção de acompanhante, o preço chegaria a US$ 510.000. O que é impressionante é o retorno financeiro: apenas em 2019, o valor de seus 373 voos teria custado US$ 2,44 milhões (cerca de R$ 12 milhões). Ou seja, o investimento de Stuker teve um retorno de mais de 800% ao longo de quase três décadas.
O investimento de US$ 290 mil: A lenda de Tom Stuker e o retorno de 800%
Tom Stuker não apenas fez um investimento audacioso, mas também usou esse passe vitalício de uma maneira que ninguém esperava. Desde sua compra, ele voou tanto que, em 2011, já havia alcançado a marca de 10 milhões de milhas, o que equivalia a cerca de 400 voltas ao mundo. Mas a coisa não parou por aí: até junho de 2023, ele acumulou quase 37 milhões de quilômetros, ou seja, cerca de 920 voltas ao redor do planeta! Impressionante, né?
A decodificação da milhagem: Mais de 900 voltas ao mundo
A estratégia adotada pela United Airlines foi bem diferente da American Airlines. Enquanto a United decidiu acolher Stuker como um embaixador da marca, a American Airlines enfrentou um problema com seu próprio programa, o AAirpass. Lançado em 1981, o AAirpass não foi projetado como um programa de fidelidade, mas como uma forma de captar recursos durante uma crise financeira. A ideia era simples: os clientes mais ricos emprestavam dinheiro à companhia, na esperança de que a empresa se recuperasse e que, com isso, o valor das passagens futuras não superasse o que haviam pago. Porém, ficou claro que essa conta não fechou.
A falha fatal: O custo real do uso ilimitado
Esse programa foi um verdadeiro desgaste financeiro. A American Airlines tinha que arcar com impostos e taxas para cada voo, mesmo os que eram "gratuitos" para os clientes. Como se isso não bastasse, ele permitia o acúmulo de milhas de fidelidade, o que levou alguns usuários, como Steven Rothstein e Jacques Vroom, a acumular milhões de milhas, gerando custos absurdos à empresa.
A revogação: Quando a fraude contratual derruba o ‘passe vitalício’
No final dos anos 2000, a American Airlines decidiu agir e revogou os passes de Rothstein e Vroom, alegando “fraude contratual”. Eles foram acusados de fazer reservas em nomes falsos e de manipular o sistema, causando perdas enormes à companhia. O tribunal acabou dando razão à American Airlines, e a partir daí, ficou evidente a importância de ter condições de uso bem definidas para evitar abusos.
O caso de Stuker na United e a reviravolta amarga da American Airlines nos mostram como o que parece um bom negócio pode rapidamente se tornar um grande problema. Na indústria, a lição é clara: as promessas de serviços “ilimitados” exigem atenção e um cuidado extra, afinal, o infinito pode sair bem caro.



