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Petrobras recusa campo de petróleo que PRIO irá desenvolver

Na Bacia de Campos, um verdadeiro tesouro estava adormecido por mais de uma década. O campo de petróleo de Wahoo, descoberto em 2008, era visto como um “ativo isolado”. Embora prometesse grandes reservas, era considerado caro demais para ser explorado. Gigantes como a Petrobras preferiram focar em projetos maiores e mais rentáveis, deixando Wahoo de lado.

Foi então que a PRIO, antiga PetroRio, decidiu agir. Com uma visão ousada e uma estratégia inovadora, a empresa brasileira transformou o que era um desafio em uma oportunidade de bilhões de dólares, dando início a um novo polo de produção na costa do Rio de Janeiro.

O dilema do “ativo isolado”

A história de Wahoo começou no dia 30 de maio de 2008, quando a Anadarko, uma empresa americana, fez a primeira descoberta de petróleo na camada pré-sal da Bacia de Campos. Isso mostrou que a região tinha muito potencial além dos limites da Petrobras. Apesar da qualidade do petróleo, o projeto não avançou. Para extrair o óleo, seria necessário um investimento pesado na construção de uma plataforma flutuante, o que tornava o projeto inviável.

Assim, Wahoo ficou conhecido como um “ativo isolado”: rico, porém sem viabilidade econômica.

A entrada da PRIO e a estratégia que mudou tudo

Em novembro de 2020, a PRIO começou a adquirir as participações no campo que pertenciam a grandes empresas como BP e Total. O grande trunfo da PRIO foi perceber que, em vez de construir uma nova plataforma, poderia conectar Wahoo a um de seus ativos próximos, o Campo de Frade, através de um duto submarino, conhecido como “tie-back”. Isso cortou os custos e transformou Wahoo em um projeto não apenas viável, mas muito promissor.

Com essa inovação, a PRIO lançou um plano ambicioso, com investimento total de US$ 850 milhões. Serão perfurados quatro poços, cada um capaz de produzir mais de 10.000 barris por dia, totalizando a incrível marca de até 40.000 barris diários. Para isso, a empresa está usando sua própria sonda, a Hunter Queen, o que facilita o controle dos custos e dos prazos. A perfuração do primeiro poço começou em março de 2025.

Superando obstáculos: a batalha legal e o licenciamento em 2025

O caminho até aqui não foi fácil. A PRIO teve que enfrentar dois grandes obstáculos. O primeiro foi uma disputa legal com a IBV Brasil, uma sócia minoritária. Essa batalha foi parar em uma arbitragem internacional, mas a PRIO saiu vitoriosa no início de 2025, garantindo 100% da produção do campo.

O segundo desafio foi o licenciamento ambiental. Após meses de espera, a PRIO obteve a licença do IBAMA em fevereiro de 2025, limpando o caminho para o início da perfuração.

O futuro em 2026: o primeiro óleo e a consolidação de um gigante

Com os poços sendo perfurados, todos aguardam ansiosos pelo “primeiro óleo”. Mesmo com alguns atrasos nos trâmites, a nova previsão é que a produção comercial de Wahoo comece no primeiro semestre de 2026.

Quando isso acontecer, o campo de petróleo de Wahoo pode significar uma grande reviravolta para a PRIO. Espera-se que a produção total da empresa mais que dobre, consolidando-a como a maior produtora independente de petróleo do Brasil e um dos mais bem-sucedidos exemplos de revitalização de ativos na Bacia de Campos.

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