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Tornado atinge cidade no sul e bombeiros revelam detalhes

Na noite de sexta-feira, 7 de novembro, o Sul do Brasil enfrentou uma ventania assustadora que deixou muitas pessoas preocupadas. Cidades em toda a região sofreram com os efeitos de um ciclone extratropical, que trouxe chuvas intensas, trovões e ventos extremamente fortes.

Em meio a esse cenário caótico, o município de Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, surpreendeu a todos com a ocorrência de um tornado, confirmado por meteorologistas após uma análise dos estragos. Esse fenômeno violento causou não apenas danos materiais, mas também resultou em perdas trágicas de vidas e feridos. Diante de tantas ocorrências, muitos se perguntaram o que realmente atingiu a região.

Embora ciclones, vendavais e tornados estejam relacionados a condições climáticas severas, cada um tem características, origens e intensidades bem diferentes. Vamos entender melhor como cada um desses fenômenos funciona e o que os torna únicos.

Ciclone extratropical: o gatilho para o caos climático

O ciclone extratropical é um sistema de baixa pressão que surge devido ao encontro de massas de ar quente e frio. Essa colisão térmica provoca um grande movimento na atmosfera, gerando nuvens carregadas, tempestades e ventos intensos. Esse tipo de ciclone é bastante comum no Sul do Brasil, especialmente entre o outono e o inverno.

É importante saber que esse ciclone acontece fora das áreas tropicais e não deve ser confundido com um furacão, que é um ciclone tropical. No caso do ciclone extratropical, a energia vem da diferença de temperatura entre o ar quente e o frio, sendo diferente do calor do oceano, que alimenta os furacões. E, ao contrário dos furacões, ele não possui um “olho” central.

Os ventos associados a esse ciclone podem ultrapassar 100 km/h, impactando grandes áreas. Isso significa que, mesmo que ocorra no oceano, efeitos podem ser sentidos em cidades litorâneas e até em locais bem mais afastados da costa. Muitas vezes, esse fenômeno é a porta de entrada para outras condições climáticas extremas.

No caso do dia 7, foi o ciclone extratropical que criou as condições perfeitas para o surgimento do tornado em Paraná. A forte instabilidade atmosférica, combinada com o cisalhamento do vento — que é a mudança de direção e intensidade do vento com a altura — favoreceu a formação desse poderoso funil.

Tornado: a força concentrada e devastadora da natureza

Os tornados são fenômenos atmosféricos intensos e bastante localizados. Eles se formam dentro de nuvens de tempestade, especialmente as supercélulas, quando correntes de ar quente e úmido sobem rapidamente e começam a girar. Esse giro, ao se intensificar, cria um funil que rapidamente pode tocar o solo.

Os ventos dentro de um tornado podem ultrapassar os 300 km/h, trazendo destruição a qualquer coisa que esteja em seu caminho. Diferente do ciclone, que abrange áreas amplas, o tornado provoca um impacto muito mais concentrado, embora em uma faixa estreita.

O tornado que atingiu Rio Bonito do Iguaçu foi considerado forte, apresentando ventos entre 180 e 250 km/h. Os danos sugerem que ele pode ter alcançado a intensidade F2 ou até F3 na Escala Fujita, que classifica tornados de F0 (fraco) a F5 (devastador). Em poucos minutos, a cidade passou por uma transformação drástica.

É bom lembrar que, apesar de serem raros no Brasil, os tornados não são impossíveis. Quando aparecem, normalmente estão associados a sistemas maiores, como frentes frias ou, como neste caso, ciclones extratropicais.

Vendaval: vento forte em linha reta, mas também perigoso

O vendaval, muitas vezes confundido com o tornado, é um vento forte que se move em linha reta, ao contrário do giro característico do funil. Ele pode ser causado por frentes frias ou por correntes de ar que descem rapidamente de nuvens de tempestade, empurrando o ar com força em direção ao chão.

Mesmo sem a rotação de um tornado, o vendaval tem o potencial de causar muitos danos. Suas rajadas podem ultrapassar 100 km/h, derrubando árvores, postes e estruturas mais frágeis. Embora sua destruição ocorra numa área mais ampla, a intensidade concentrada é geralmente menor.

A principal diferença entre vendaval e tornado está na movimentação do vento. No vendaval, o vento se move em uma única direção; já no caso do tornado, ele gira violentamente em torno de um centro. Ambos são perigosos, mas suas naturezas variam bastante.

No evento recente no Sul, além do tornado em Paraná, muitas cidades relataram ventos fortes que caracterizam os vendavais causados pelas tempestades associadas ao ciclone. Isso mostra como fenômenos diferentes podem ocorrer simultaneamente, cada um com seu próprio grau de risco.

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