Atenção: la Niña chegou! Como isso afeta o planeta

As mudanças climáticas representam um dos maiores desafios globais da atualidade, impactando diretamente o meio ambiente, a economia e a sociedade. 

Causadas principalmente pela emissão de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2), resultante de atividades humanas, as mudanças climáticas estão provocando o aumento da temperatura global.

A elevação do nível dos oceanos, o derretimento das geleiras e eventos climáticos extremos, como secas severas e tempestades mais intensas também são consequências dessas mudanças.

Além disso, as mudanças climáticas afetam também a agricultura, a disponibilidade de recursos hídricos, a saúde pública e a biodiversidade. Ecossistemas inteiros estão em risco, e as populações mais vulneráveis, especialmente em países em desenvolvimento, enfrentam grandes desafios para se adaptar às novas condições.

Apesar de trazer um resfriamento temporário para o planeta, o La Niña não interrompe o aquecimento global causado pela intensificação do efeito estufa.(Foto: Google Creative Commons / noticiasmanha.com.br).

La Niña se aproxima: entenda o que é esse fenômeno

O mundo se prepara para a chegada do La Niña, fenômeno climático que pode influenciar o clima global e, especialmente, o Brasil. De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), as chances de o La Niña se instalar até o final do ano são de 60%. 

Esse número representa um aumento significativo em relação às previsões anteriores, que apontavam uma probabilidade menor. 

Trata-se de um fenômeno climático que ocorre no Oceano Pacífico e se caracteriza pelo resfriamento das águas superficiais na região equatorial. Esse resfriamento gera alterações nos padrões de circulação atmosférica, influenciando o clima em diversas partes do mundo.

Resfriamento temporário, mas com influência global

Apesar de trazer um resfriamento temporário para o planeta, o La Niña não interrompe o aquecimento global causado pela intensificação do efeito estufa. As previsões indicam que o La Niña atual não será intenso nem prolongado.

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) estima que o La Niña atinja seu pico entre novembro e janeiro, com maior probabilidade em dezembro. O fenômeno, no entanto, deve ser relativamente fraco, não impactando significativamente a trajetória de longo prazo do aumento das temperaturas globais.

“Mesmo que um evento de resfriamento de curto prazo como o La Niña ocorra, ele não mudará a trajetória de longo prazo do aumento das temperaturas globais devido aos gases de efeito estufa que retêm o calor na atmosfera”, afirma Celeste Saulo, secretária-geral da OMM.

La Niña no Brasil: chuvas, secas e temperaturas

O último La Niña ocorreu entre 2020 e 2023, e seus efeitos foram sentidos em diversas regiões do Brasil. O fenômeno costuma trazer chuvas mais intensas para o Norte e Nordeste, mas pode intensificar as secas no Centro-Sul.

Para o Brasil, o La Niña pode resultar em

  • Aumento das chuvas no Norte e Nordeste: as regiões Norte e Nordeste podem esperar um aumento nas chuvas, o que pode ser positivo para a agricultura e para o abastecimento de água.
  • Seca no Centro-Sul: o Centro-Sul, por outro lado, pode sofrer com a intensificação da seca, especialmente durante o verão. As chuvas serão irregulares, e a estiagem poderá afetar a agricultura e comprometer o abastecimento de água.
  • Geadas tardias no Sul: as regiões Sul do país, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, podem experimentar geadas tardias, o que pode prejudicar a agricultura.
  • Entrada de massas de ar frio: o La Niña favorece a entrada de massas de ar frio no Brasil, o que pode gerar maior variação térmica em diversas regiões.
  • Impacto na agricultura: a influência do La Niña na agricultura brasileira é complexa, com impactos positivos em algumas regiões e negativos em outras. As chuvas no Norte e Nordeste podem beneficiar o plantio, enquanto a seca no Centro-Sul pode prejudicar a produção de grãos. 

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Monitoramento e adaptações do fenômeno

É crucial que os órgãos governamentais e as instituições de pesquisa monitorem os impactos do La Niña no Brasil e implementem medidas para mitigar os riscos. 

Ações de prevenção e adaptação são essenciais para minimizar os impactos negativos do fenômeno, como a seca no Centro-Sul, e aproveitar as oportunidades, como a maior precipitação no Norte e Nordeste.

A previsão do La Niña destaca a importância de se preparar para as mudanças climáticas e suas consequências. 

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