Em uma resposta contundente à elevação de 30% no preço do arroz pelo Mercosul, o governo brasileiro tomou medidas drásticas para garantir a segurança alimentar da população e conter a escalada dos preços do alimento básico.
Na segunda-feira (20), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou a suspensão do leilão de compra de arroz do bloco regional e a zeragem do imposto de importação do cereal para países fora do Mercosul.
Especulação no mercado e medidas de governo para baixar preço do arroz
A decisão, tomada após uma reunião de emergência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, visa combater a especulação no mercado e garantir o abastecimento interno a preços justos.
A expectativa inicial do governo era adquirir 100 mil toneladas de arroz dos países vizinhos, mas com o aumento expressivo nos preços, a quantidade foi reduzida para 70 mil toneladas, inviabilizando a operação.
Busca por alternativas e impacto na Conab
Com a suspensão do leilão, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), responsável pela organização do evento, terá que redefinir a data e as condições da compra. A medida abre caminho para que outros países, como a Tailândia, que já demonstraram interesse em exportar arroz para o Brasil, possam competir em igualdade com os membros do Mercosul.
Os produtores brasileiros de arroz, especialmente do Rio Grande do Sul, principal região produtora do país, manifestaram apreensão com as medidas de importação. A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Fedearroz) chegou a solicitar ao governo o cancelamento do leilão, argumentando que a medida poderia prejudicar a produção local.
Governo garante apoio aos produtores de arroz e explica os desafios
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, enfatizou que o objetivo do governo é garantir a estabilidade dos preços no mercado interno e não prejudicar os produtores nacionais. Ele destacou os problemas logísticos enfrentados pelos produtores do Rio Grande do Sul, que dificultam o escoamento da produção e aumentam os custos de transporte, com aumentos de até 30% no frete.
Fávaro ressaltou a importância do diálogo com os produtores brasileiros para encontrar soluções que beneficiem tanto a produção interna quanto a estabilidade do mercado. O cenário exige ações coordenadas para equilibrar interesses e garantir que o abastecimento de arroz não seja comprometido, preservando assim a segurança alimentar no país.
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O governo brasileiro continuará monitorando de perto a resposta dos mercados internacionais e dos produtores locais às novas medidas. A expectativa é que o mercado se ajuste com o fim das tarifas para países fora do Mercosul, novas fontes de arroz sejam identificadas e aproveitadas, e que o preço do arroz se estabilize em um nível justo para o consumidor brasileiro.
As medidas tomadas pelo governo brasileiro demonstram o compromisso com a segurança alimentar da população e a busca por soluções para conter a alta dos preços do arroz. O diálogo com os produtores nacionais e o monitoramento constante do mercado serão essenciais para garantir o sucesso das ações e a estabilidade do setor no longo prazo.
Informações adicionais:
- A isenção tarifária se aplica a três tipos de arroz e será válida até 31 de dezembro de 2024.
- O governo brasileiro também está investindo em infraestrutura logística para facilitar o escoamento da produção nacional de arroz.
- O arroz é um alimento básico na dieta brasileira, presente em quase todas as refeições.