Concurso Nacional Unificado (CNU), apelidado de “Enem dos Concursos”, estava programado para este domingo (5 de maio), mas foi cancelado pelo governo federal.
Com 2,14 milhões de inscritos em 228 municípios, a medida foi tomada devido às severas chuvas no Rio Grande do Sul, onde pelo menos 31 vítimas fatais foram confirmadas.
Concurso Unificado CANCELADO? Confira decisão de última hora
A decisão de adiar o concurso foi anunciada nesta sexta-feira (3 de maio) pela ministra Esther Dweck, do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos. Inicialmente, a equipe responsável pela prova havia decidido manter a data do exame, mesmo com as condições adversas. Porém, após reconsideração, o governo recuou, priorizando a segurança e o bem-estar dos candidatos.
O adiamento do concurso representa um desafio logístico significativo e um custo adicional estimado em R$ 50 milhões. O edital do concurso não prevê a reaplicação das provas em casos de desastres naturais, o que levanta questões sobre a preparação e a resposta a emergências futuras. Apenas a possibilidade de reembolso foi mencionada, sem contemplar uma nova data para a realização das provas.
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Reações e implicações futuras
A falta de um plano para situações de crise revelou um despreparo por parte dos organizadores. A ausência de um banco de questões, similar ao utilizado no Enem, complica ainda mais a situação, aumentando os riscos de segurança e integridade das provas já distribuídas aos estados.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, já havia solicitado o adiamento das provas devido à destruição causada pelas chuvas. A região enfrenta o que pode ser o maior desastre de sua história em termos de perdas materiais, tendo o governo federal reconhecido o estado de calamidade pública.
A situação exige uma revisão urgente dos protocolos em casos de emergência para evitar prejuízos futuros. Enquanto isso, os inscritos no concurso estão orientados a aguardar novas informações sobre a remarcação das provas, garantindo que todos possam participar de forma segura e justa.
Entenda a situação no RS
A situação no Rio Grande do Sul é crítica. As fortes chuvas que atingiram o estado desde o início da semana causaram um cenário de devastação sem precedentes. Um balanço divulgado pelo governo gaúcho revela que 37 pessoas perderam suas vidas, e a tragédia se estende com 74 indivíduos feridos e outros 74 ainda desaparecidos. O impacto social é imenso: mais de 350 mil pessoas foram afetadas diretamente pelas tempestades, resultando em 23.598 desalojadas e 7.949 abrigadas temporariamente.
A infraestrutura do estado foi severamente comprometida. O rompimento parcial de uma barragem na Serra Gaúcha na quinta-feira levou ao aumento da vigilância sobre outras quatro barragens, que agora estão em nível de emergência. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) manteve o alerta de grande perigo devido ao acumulado de chuva, com riscos acentuados de alagamentos, transbordamentos de rios e deslizamentos de encostas. Em meio a este cenário, Porto Alegre, que viu o transbordamento do lago Guaíba e consequentes grandes enchentes, declarou estado de calamidade pública. A ruptura de uma das comportas do lago intensificou os riscos nas zonas mais baixas da capital, elevando ainda mais o estado de alerta na região.
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