No cenário político e econômico atual, as projeções indicam uma tendência que parece desviar das expectativas de muitos.
Diferentemente do que ocorreu nos dois primeiros mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva, quando houve uma notável ascensão da classe D/E para a classe C, as projeções para o período 2024-2028 apontam que a classe A será a mais beneficiada, com um crescimento da massa de renda real de 3,9% ao ano.
Lula vai favorecer os mais ricos?
Segundo análises da consultoria Tendências, o contexto de taxas de juro elevadas e um crescimento econômico moderado limita o espaço no orçamento público para aumentar transferências de renda para os mais pobres.
Esse ambiente favorece principalmente os mais ricos, que têm rendimentos vinculados a ganhos de capital, como juros e dividendos. Embora haja uma expectativa de queda na taxa básica de juros, a Selic, ainda se espera que ela permaneça em níveis relativamente altos.
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O dilema da classe D/E
Por outro lado, a classe D/E não deverá ver um aumento significativo em sua renda, com um crescimento projetado de apenas 1,5% ao ano.
O espaço fiscal restrito do governo impede um aumento mais substancial nas transferências de programas sociais e no salário mínimo, mantendo essa camada da população em uma posição de vulnerabilidade.
Veja as perspectivas para as Classes B e C
Enquanto isso, as classes B e C, que dependem mais diretamente da renda do trabalho, também enfrentarão desafios. A renda desses grupos deverá crescer, mas a um ritmo inferior ao da classe A, devido às limitações impostas pela crise fiscal e a dependência de uma economia que cresce lentamente.
O economista Lucas Assis da Tendências comenta: “Naquele período, o governo tinha espaço no Orçamento para reajustar o Bolsa Família e dar aumentos reais mais fortes para o salário mínimo, o que beneficiou a classe D/E. Desta vez, isso não parece possível. A economia e a renda devem crescer, mas mais lentamente”.
Expansão do Bolsa Família? Veja quem recebe
Apesar dos desafios, o aumento na cobertura do Bolsa Família no início do governo Lula 3 ofereceu algum alívio, expandindo de 13,2 milhões para 21,1 milhões de famílias beneficiadas.
Contudo, o crescimento econômico estagnado sugere que, sem uma política mais agressiva de redistribuição de renda, os avanços sociais podem ser limitados.
Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, destaca: “Há muita dependência do Estado, e ele não vai ter espaço no Orçamento para fazer a renda crescer. A população mais pobre, infelizmente, vai continuar sofrendo”.
Este panorama desafia a visão de que um governo Lula poderia repetir a redistribuição de renda observada em seus mandatos anteriores. No contexto atual, parece que os mais ricos continuarão se beneficiando de um ambiente de altas taxas de juros e restrições fiscais, enquanto as classes mais baixas poderão enfrentar uma realidade de estagnação e desafios econômicos contínuos.
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