Em 2008, o lançamento do modo de navegação anônima pelo Google representou um marco para os usuários do navegador Chrome, prometendo uma experiência de navegação livre do rastreamento de atividades online.
Contudo, o que não se antecipou foi a coleta de dados pessoais pelo Google, uma prática que só veio a público em 2020 após uma ação coletiva, marcando o início de uma batalha judicial de anos.
Esta disputa culminou com a decisão judicial que obriga o Google a eliminar milhões de dados coletados sem permissão e a reformular suas políticas de privacidade, além de mencionar uma potencial compensação econômica de grande magnitude.
Usuários processam Google por vazamento de dados
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O cerne da controvérsia remonta a junho de 2020, quando três indivíduos processaram o Google na Califórnia, denunciando a empresa por praticar um “negócio extensivo de rastreamento de dados”. Eles alegaram que o Google continuava a monitorar a atividade de navegação dos usuários na internet através de cookies e ferramentas analíticas, mesmo com o modo de navegação anônima ativado — uma funcionalidade que, em teoria, deveria permitir a navegação na internet sem armazenar o histórico de navegação no dispositivo.
O Google defendeu-se vigorosamente, afirmando que o modo anônimo do Chrome possibilita navegar na internet sem que a atividade do usuário seja registrada no navegador ou no dispositivo, mas reconhecendo que os sites ainda poderiam coletar dados sobre a navegação.
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Após anos de litígio, ficou claro que o Google não impedia a coleta de dados sobre as atividades online dos usuários, mesmo em modo de navegação anônima, levantando questionamentos sobre a verdadeira privacidade desse modo.
Como resultado do julgamento, o Google agora é obrigado a deletar uma vasta quantidade de dados coletados e a revisar sua abordagem sobre a privacidade e o uso de cookies de terceiros, aumentando a transparência sobre a coleta e utilização dos dados dos usuários. Essas alterações foram destacadas no tribunal federal de São Francisco, refletindo o compromisso do Google em ajustar suas políticas de navegação privada.
Esse caso estabeleceu um precedente significativo no campo da privacidade digital, pressionando grandes corporações a adotarem maior transparência na gestão de dados dos usuários. Embora o Google tenha evitado uma indenização de US$ 5 bilhões, o acordo alcançado é visto como um marco na luta por políticas de privacidade mais claras e justas.
A aprovação final do acordo pela juíza Yvonne Gonzalez Rogers, do Distrito Norte da Califórnia, ainda é pendente. Entretanto, o Google manifestou satisfação com a resolução, enfatizando que nunca vinculou dados de usuários ao modo anônimo e que está contente em eliminar dados técnicos antigos que nunca foram associados a indivíduos ou utilizados para qualquer forma de personalização ou rastreamento.
Este desfecho não apenas marca uma vitória para a privacidade do usuário, mas também sinaliza um avanço significativo na transparência e responsabilidade das empresas de tecnologia perante seus usuários.
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