Como comprar a casa própria com o saque futuro do FGTS?

A aquisição da casa própria é um dos objetivos mais almejados pela população brasileira, especialmente em um contexto econômico desafiador, no qual a maior parte dos cidadãos recebe até dois salários mínimos mensais.

A realização desse sonho, contudo, parece estar um passo mais próxima para os trabalhadores formais a partir de março, graças à introdução do FGTS Futuro, uma iniciativa que promete revolucionar o acesso ao financiamento imobiliário.

Como comprar a casa própria com o saque futuro do FGTS? | Foto: Jeane de Oliveira / noticiadamanha.com.br

Entendendo o FGTS futuro

O Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) está prestes a regulamentar o FGTS Futuro. Esta nova modalidade permitirá a utilização de contribuições futuras do fundo, feitas pelo empregador, como garantia para a obtenção de financiamentos habitacionais mais acessíveis ou para a diminuição do valor das parcelas em financiamentos já contratados pelo programa Minha Casa, Minha Vida.

A medida possibilita o uso de até 120 meses (dez anos) de depósitos futuros no FGTS, objetivando facilitar o financiamento da residência própria.

Implementação e expectativas

Iniciando em fase experimental, o FGTS Futuro beneficiará inicialmente cerca de 60 mil famílias participantes da Faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida, cuja renda mensal não ultrapassa R$ 2.640. Posteriormente, o governo avaliará a expansão do programa para abranger um espectro mais amplo de rendas, até o limite de R$ 8 mil mensais.

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Mecanismo de funcionamento

Atualmente, o empregador contribui com 8% do salário do empregado ao FGTS. Através do FGTS Futuro, esse percentual poderá ser utilizado para comprovar uma renda superior, possibilitando o financiamento de um imóvel de maior valor ou a redução do montante das prestações.

Os depósitos futuros serão repassados automaticamente pela Caixa Econômica Federal ao banco responsável pelo financiamento habitacional, cabendo ao trabalhador o pagamento do valor remanescente da parcela.

Desafios e soluções propostas

O governo e a Caixa Econômica Federal buscam soluções para os casos de perda de emprego dos beneficiários. Uma das medidas em estudo é a suspensão das parcelas por até seis meses, período no qual o valor devido seria acrescido ao saldo devedor. Essa prática já é adotada em outros financiamentos habitacionais apoiados pelo FGTS.

Considerações Finais

Embora a iniciativa traga novas esperanças para muitos brasileiros em busca da casa própria, é fundamental que os trabalhadores estejam cientes dos compromissos assumidos, especialmente em casos de desemprego, onde a responsabilidade pelo pagamento integral das prestações, incluindo os 8% previamente depositados, recairá sobre eles.

Em situações de inadimplência prolongada, o risco de perda do imóvel persiste, destacando a importância de planejamento financeiro e conscientização dos riscos envolvidos.

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