A sífilis, doença que atravessou séculos afetando tanto monarcas quanto cidadãos comuns, permanece um desafio para a saúde pública mundial. Historicamente marcada pelo estigma e por tratamentos rudimentares, esta infecção sexualmente transmissível (IST) viu uma revolução em seu tratamento apenas na década de 1940, com a introdução da penicilina. A bactéria Treponema pallidum, causadora da sífilis, encontra na penicilina um adversário à altura, embora a luta contra a disseminação da doença continue.
Fique atento a esta doença
Globalmente, a sífilis afeta cerca de 12 milhões de pessoas, com o Brasil registrando um aumento preocupante de casos, especialmente entre mulheres negras e jovens de 20 a 29 anos. A região Sudeste lidera o número de incidências, reflexo de um problema maior: a falta de informação sobre prevenção e tratamento.
A detecção precoce é crucial, pois o tratamento nas fases iniciais pode evitar complicações severas, incluindo danos cerebrais e morte.
A sífilis pode ser transmitida por contato sexual ou de mãe para filho durante a gestação ou parto. Seus sintomas variam de acordo com o estágio da infecção: desde úlceras indolores na fase primária até erupções cutâneas na fase secundária, chegando a formas latentes onde os sintomas desaparecem, mas a doença permanece detectável por exames laboratoriais.
A fase terciária, potencialmente letal, pode surgir anos após a infecção inicial, afetando múltiplos órgãos e sistemas.
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Cuidados devem ser necessários
Todos sexualmente ativos devem estar atentos, especialmente aqueles em grupos de maior risco, como gestantes, indivíduos com múltiplos parceiros, homens que fazem sexo com homens, portadores de HIV, e usuários de drogas. O diagnóstico precoce e o tratamento dos parceiros são essenciais para cortar a cadeia de transmissão.
A transmissão vertical da sífilis pode levar a complicações graves para o bebê, desde abortos e nascimentos prematuros até deformidades e morte neonatal. A prevenção, através do diagnóstico e tratamento materno, é fundamental para proteger a saúde infantil.
Contrariando estereótipos, a população idosa mantém-se sexualmente ativa, mas enfrenta riscos crescentes de ISTs devido à falta de discussão aberta sobre sexualidade e prevenção na terceira idade. A conscientização e educação são chaves para um envelhecimento saudável e seguro.
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Saiba quando procurar ajuda médica
A orientação é buscar assistência médica após qualquer exposição sexual desprotegida, permitindo uma avaliação abrangente para sífilis e outras ISTs. A comunicação clara e sem julgamentos com profissionais de saúde é vital para um diagnóstico preciso e tratamento efetivo.
O exame VDRL é peça central no diagnóstico da sífilis, sendo inclusivo nos protocolos de atendimento a gestantes. A penicilina, apesar de antiga, permanece o tratamento padrão, com a necessidade de monitoramento pós-terapêutico para evitar reinfecções e avaliar a eficácia do tratamento.
Sem tratamento, a sífilis pode facilitar a infecção por HIV e evoluir para condições mais graves, como neurossífilis e complicações cardiovasculares. Isso destaca a importância da prevenção, principalmente através do uso consistente de preservativos.
O uso de camisinha em todas as relações sexuais é a melhor forma de prevenir a sífilis, mesmo que sua eficácia não seja absoluta devido à possibilidade de lesões em outras áreas além dos órgãos genitais. A educação e a comunicação aberta sobre os riscos e métodos de prevenção são essenciais para combater esta doença antiga, mas ainda muito presente.
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