Comunicado do Banco do Brasil, divulgado no último sábado (18), admitindo e pedindo perdão pela contribuição indireta na escravidão brasileira, vai de encontro ao feriado nacional que acontece nesta segunda-feira (20), em que se celebra o Dia da Consciência Negra. Acompanhe a leitura a seguir e entenda mais detalhes sobre a declaração e as novas medidas em pauta pela instituição para fomentar a inclusão.
Declaração de consciência
No último sábado (18), o Banco do Brasil emitiu um pedido formal de perdão à comunidade negra pelo envolvimento de gestões passadas da instituição no processo de escravidão no século XIX.
O comunicado da atual presidente, Tarciana Medeiros, foi divulgado no site da empresa. Acompanhe a leitura, logo abaixo, e entenda mais detalhes sobre a impactante declaração da instituição.
Leia mais: BB, Caixa e Bradesco liberam imóveis por 30% do valor; veja o que é preciso para comprar
Primeira presidente negra da história mostra nova realidade do Banco do Brasil
Fundado em 1808, o BB, pela primeira vez em sua história, tem uma mulher negra, Tarciana Medeiros, à frente da presidência.
Na nota, a presidente expressa que “direta ou indiretamente, toda a sociedade brasileira deveria pedir desculpas ao povo negro por algum tipo de participação naquele momento triste da história [escravidão].”
Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil, afirmou que, neste contexto, o Banco do Brasil de hoje pede perdão ao povo negro pelas suas versões predecessoras e trabalha intensamente para enfrentar o racismo estrutural no país.
O BB não se furta a aprofundar o conhecimento e encarar a real história das versões anteriores da empresa.
O BB na história da escravidão brasileira
Em setembro, o Ministério Público Federal iniciou um inquérito para investigar a relação do banco com o tráfico de pessoas negras escravizadas no século XIX. Na ocasião, o órgão solicitou um posicionamento do banco sobre o assunto.
Historiadores apontam que a instituição se beneficiou da arrecadação de impostos sobre embarcações dedicadas ao tráfico de pessoas escravizadas. Destacam ainda que o capital para a formação do banco provinha da economia da época, centrada na escravidão e no comércio negreiro.
Em novembro, o Banco do Brasil recebeu um estudo elaborado por 14 pesquisadores de universidades brasileiras e americanas, indicando seu envolvimento no comércio de negros escravizados durante o século XIX.
Os pesquisadores apontaram “vínculos diretos entre traficantes e o capital diretamente investido em ações do Banco do Brasil.”
Iniciativas de inclusão em resposta ao passado negativo
O pedido de desculpas do Banco do Brasil coincide com o anúncio de uma série de medidas destinadas a promover a igualdade e a inclusão étnico-racial, bem como a combater o racismo estrutural no país.
A instituição espera que essas medidas tenham impacto positivo em sua relação com clientes, funcionários, fornecedores e a sociedade como um todo.
A presidente do Banco do Brasil ressalta que a diversidade em sua base contribui significativamente para a inclusão financeira e a geração de trabalho e renda, especialmente para pretos e pardos.
Tarciana Medeiros enfatiza que, para a instituição, boas práticas podem ser construídas por meio de diálogo aberto com movimentos negros e outras instituições públicas e privadas.
As sequelas da escravidão convocam todos os atores sociais contemporâneos a agir para a promoção da igualdade étnico-racial, contribuindo por meio de ações concretas.
O Banco do Brasil, classificado como sociedade de economia mista, tem 50% de participação acionária do governo federal. É considerado um dos cinco bancos públicos federais ao lado da Caixa Econômica Federal, do BNDES, do Banco da Amazônia (Basa) e do Banco do Nordeste (BNB).
Ações de inclusão do Banco do Brasil
O Banco do Brasil anunciou diversas ações para promover a inclusão racial e combater o racismo estrutural:
- Fomento ao mercado de trabalho para o povo negro: Inclusão de cláusula nos contratos com fornecedores, a partir de novas licitações, promovendo diversidade, equidade e inclusão nos quadros de pessoal das empresas;
- Parceria com Programa Menor Aprendiz: Encaminhamento de jovens que participaram do programa Menor Aprendiz do BB para o mercado de trabalho;
- Edital de empoderamento socioeconômico de mulheres negras: Parceria entre o BB e o Ministério da Igualdade Racial para apoiar organizações sociais e empreendimentos econômicos solidários de mulheres negras;
- MBM Inovahack: Participação no evento do Movimento Black Money, visando promover a inclusão financeira e econômica da população negra por meio de soluções tecnológicas inovadoras;
- Programa “Raça é Prioridade”: Seleção e desenvolvimento de até 150 funcionários pretos e pardos do Banco do Brasil para atuarem como líderes na empresa;
- Workshop sobre diversidade, equidade e inclusão: Realização de workshop com estatais e fornecedores do banco.
O Banco do Brasil criou um site para acompanhar as novas medidas anunciadas, reforçando seu compromisso com a construção de um futuro mais diverso, inclusivo, equitativo e justo. A página eletrônica trará atualizações sobre as ações promovidas pela instituição.
Deseja comprar ações do Banco do Brasil? Não o faça sem assistir ao vídeo abaixo antes!
Leia também: Mega PIX do BB vai distribuir R$ 2,2 Bi; seu CPF está na lista