Acusada de viciar crianças em suas plataformas, a gigante Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp enfrenta mais um processo nos EUA. Desta vez, mais de 40 procuradores formaram uma força-tarefa para processar a empresa, alegando que suas redes sociais deliberadamente causam dependência em menores de idade. Confira a seguir mais detalhes sobre este processo legal.
Redes viciantes
A empresa Meta, dona das populares redes sociais Facebook, Instagram e WhatsApp, enfrenta atualmente uma avalanche de 42 processos, um marco em sua história.
Essas ações judiciais foram movidas por diversos estados dos Estados Unidos e alegam que a Meta enganou deliberadamente seus usuários, ocultando os potenciais danos que suas plataformas podem causar, principalmente em relação ao público jovem.
Continue a leitura a seguir e entenda o polêmico caso que foi parar nos tribunais.
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Os processos e a acusação contra a Meta
Os estados autores do gigantesco processo argumentam que a Meta projetou funcionalidades em suas plataformas que são altamente viciantes para crianças e adolescentes.
Além disso, acusam a empresa de fazer propaganda direcionada a menores de 13 anos, o que é uma violação da lei dos Estados Unidos e dos termos de uso do Facebook e do Instagram.
União de procuradores em prol das crianças
Nesse processo, os procuradores-gerais que lideram a ação representam uma ampla coalizão de estados norte-americanos, transcendo barreiras partidárias.
A diversidade política e geográfica dessa união destaca a gravidade da situação e a unidade na busca por proteger as crianças e adolescentes que utilizam as plataformas online.
O motivo central do processo
A acusação central contra a Meta está relacionada à alegação de que a empresa deliberadamente projetou o Instagram e o Facebook para manter os usuários jovens engajados por um período prolongado, incentivando um ciclo vicioso de uso.
Essa estratégia envolve o uso de algoritmos, excesso de alertas e notificações, bem como o infame feed de rolagem infinita, que mantém os usuários constantemente envolvidos com o conteúdo disponível.
Além disso, a empresa disponibiliza recursos, como as “curtidas” e os filtros, que, de acordo com os procuradores-gerais, têm um impacto negativo na saúde mental dos jovens, contribuindo para a comparação social e a dismorfia corporal.
Violação da privacidade online das crianças
Outra acusação de grande relevância é a violação da Lei de Proteção à Privacidade Online das Crianças. A Meta é alvo de acusações por coletar dados de menores de 13 anos sem a devida autorização dos pais, o que está em desacordo com as normas legais destinadas a preservar a privacidade das crianças na internet.
Meta conhecia os riscos
Os procuradores-gerais argumentam que a Meta estava ciente dos efeitos negativos dessas práticas, mas optou por não tomar medidas para evitar tais danos.
Documentos internos da empresa, divulgados pela ex-funcionária do Facebook, Frances Haugen, em 2021, apontam para o conhecimento interno dos impactos das redes sociais nas crianças e adolescentes. Um relatório do Wall Street Journal revelou que 32% dos adolescentes admitiram que se sentiam mal com seus corpos, e o Instagram piorava essa situação.
Brian Schwalb, procurador-geral do Distrito de Columbia, afirmou em entrevista à CNBC que a Meta deveria ter alertado os usuários de que o Instagram e o Facebook eram produtos potencialmente perigosos e viciantes, mas falhou em fazê-lo.
Empresa se defende
Em resposta às acusações, a Meta emitiu um comunicado por meio de seu porta-voz, Andy Stone, no qual a empresa reafirma seu compromisso de proporcionar experiências online seguras e positivas.
A empresa expressou desapontamento com a decisão dos procuradores-gerais de processá-la, alegando que preferiria colaborar com o setor para estabelecer padrões claros de operação de seus aplicativos.
Impacto no mercado financeiro
Com o gigantesco processo, as ações da Meta já sofreram uma queda, refletindo a preocupação dos investidores de que a empresa possa ser condenada a pagar uma indenização substancial e possa ser obrigada a modificar significativamente seu modo de operação.
Esse último cenário poderia ter um impacto negativo na receita publicitária da empresa.
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