A economia global, após a pandemia da Covid-19, ainda sofre reflexos que são sentidos em diferentes setores, como o mercado de trabalho. Infelizmente, a necessidade de demitir muitos colaboradores de uma só vez, com o objetivo de reduzir os custos, é uma realidade em muitas empresas, mesmo multinacionais.
A Nokia, empresa multinacional de telecomunicações, lançou uma campanha de corte de custos que vai provocar impacto direto na sua força de trabalho.
O anúncio oficial, divulgado à imprensa em 19 de outubro, revela planos de demitir até 14 mil funcionários. A seguir, continue lendo para entender os motivos do plano de demissão em massa na Nokia.
Mercados ainda sentem reflexos da pandemia
Em 2023, os mercados consumidores mundiais continuam a enfrentar uma série de desafios significativos decorrentes da pandemia da COVID-19.
A crise econômica resultante da pandemia deixou cicatrizes profundas em muitas economias, resultando em desigualdades socioeconômicas ampliadas. A recuperação desigual entre diferentes setores e grupos populacionais é um desafio constante, e os governos e empresas enfrentam a pressão de reduzir estas disparidades.
A busca por sustentabilidade e as mudanças nos hábitos de consumo também desempenham um papel importante, com consumidores cada vez mais atentos às questões ambientais e sociais, pressionando as empresas a se adaptarem a essas novas demandas.
Multinacional planeja demitir 14 mil de uma só vez
A Nokia anunciou planos para demitir em massa cerca de 14 mil colaboradores. Esta ação faz parte de um amplo programa de reestruturação da empresa, destinado a enfrentar um ambiente de mercado desafiador. Como resultado, a Nokia planeja reduzir sua força de trabalho de 86 mil funcionários para um contingente entre 72 mil e 77 mil.
O principal objetivo dessa iniciativa é a redução das despesas com mão de obra, com uma economia estimada entre 10% e 15%, o que equivale a pelo menos 400 milhões de euros (R$ 2,137 bilhões) no próximo ano.
Além disso, a empresa prevê economizar até 1,2 bilhões de euros (R$ 6,41 bilhões) até 2026 com essas mudanças. Pekka Lundmark, CEO da Nokia, destacou a dificuldade das decisões que afetam os colaboradores, enfatizando o compromisso da empresa em apoiar aqueles que serão impactados por esse processo.
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Empresa anunciou quedas nas vendas
Vale ressaltar que este anúncio ocorre no mesmo dia em que a Nokia reportou resultados abaixo das projeções para o ano.
As vendas da empresa caíram cerca de 15% no terceiro trimestre de 2023, em comparação com o ano anterior. A Nokia justificou esse desempenho fraco em função da incerteza macroeconômica e às taxas de juros mais altas, que continuam a pressionar os gastos dos operadores.
Os impactos da pandemia ainda são sentidos também nas vendas, que caíram em diferentes setores, e ainda encontram dificuldades de restabelecer uma projeção mais otimista.
A empresa também observou uma queda acentuada de 19% nas vendas de rede móvel no terceiro trimestre, atribuindo este declínio à desaceleração na implantação do 5G em grandes mercados, como a Índia.
Embora a concorrência também enfrente desafios semelhantes, a Nokia manteve suas projeções para 2023, esperando alcançar vendas entre 23,2 bilhões e 24,6 bilhões de euros até o final do ano.
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