O universo que ronda a área de investimentos é complexa e exige cuidado na hora de escolher a opção mais segura e correspondente com o seu perfil na hora de investir. Os Fundos Mútuos de Privatização (FMP) do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) são uma ótima opção para quem deseja se aventurar na experiência como investidor, mas, para tal, recomendamos que siga a leitura abaixo e entenda os requisitos necessários para ingressar nesta categoria, assim como suas vantagens e desvantagens.
Os Fundos de Privatização
Compreender os Fundos Mútuos de Privatização (FMP) do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é essencial para quem deseja investir ou se aprofundar no mercado financeiro no Brasil.
Continue lendo a seguir para entender sua origem, tipos, os requisitos para investir, assim como suas vantagens e desvantagens.
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Entenda o que é o Fundo Mútuo de Privatização (FMP)
O FMP, conhecido como Fundo Mútuo de Privatização, teve sua introdução no Brasil em 2000. Esse modelo de fundo de investimento utiliza recursos do FGTS para investir em ações de empresas estatais durante seus processos de privatização.
Gerenciados por instituições financeiras autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esses fundos são compostos pelos valores das contas do FGTS dos trabalhadores que escolhem investir.
Funcionamento dos FMPs
Os FMPs operam de forma semelhante aos fundos de ações, mas com algumas particularidades. Eles permitem que os trabalhadores se tornem acionistas de empresas estatais listadas na Bolsa de Valores Oficial do Brasil, concentrando sua carteira de ativos em uma única empresa em processo de privatização.
O investimento pode ser realizado com o dinheiro retido do FGTS, mas o resgate só é possível após um período mínimo de um ano. É importante ressaltar que o valor resgatado não retorna diretamente aos investidores, mas sim ao FGTS.
No entanto, há situações em que o trabalhador pode resgatar os valores do fundo antes de completar um ano, como demissão sem justa causa, término de contrato de trabalho, falência do empregador, doenças graves, compra de imóveis e aposentadoria.
Diversos tipos de FMPs
Os FMPs são apenas uma categoria entre muitos tipos de fundos mútuos disponíveis. De acordo com a Caixa Econômica Federal, alguns FMPs estão fechados para novas aplicações, mas permitem resgates a qualquer momento, com exceção dos fundos CAIXA FMP-FGTS Eletrobras e CAIXA FMP-FGTS Eletrobras Migração.
Aqui estão alguns dos FMPs disponíveis:
- CAIXA FMP – FGTS Eletrobras: Aplicação inicial de R$ 200; público-alvo: pessoas físicas e clubes de investimento – FGTS; taxa de administração anual: 0,20%.
- CAIXA FMP – FGTS Eletrobras Migração: Aplicação inicial de R$ 200; público-alvo: pessoas físicas e clubes de investimento – FGTS; taxa de administração anual: 0,20%.
- CAIXA FMP – FGTS CL ABSOLUTO: Sem valor de aplicação inicial; público-alvo: pessoas físicas e clubes de investimento – FGTS; taxa de administração anual: 1,90%.
- CAIXA FMP – FGTS Petrobras II: Sem valor de aplicação inicial; público-alvo: pessoas físicas; taxa de administração anual: 1,40%.
- CAIXA FMP – FGTS Petrobras III: Sem valor de aplicação inicial; público-alvo: pessoas físicas; taxa de administração anual: 1,20%.
- CAIXA FMP – FGTS Petrobras IV: Sem valor de aplicação inicial; público-alvo: pessoas físicas e clubes de investimento – FGTS; taxa de administração anual: 0,95%.
- CAIXA FMP – Vale do Rio Doce I: Sem valor de aplicação inicial; público-alvo: pessoas físicas e clubes de investimento – FGTS; taxa de administração anual: 1,90%.
- CAIXA FMP – Vale do Rio Doce II: Sem valor de aplicação inicial; público-alvo: pessoas físicas e clubes de investimento – FGTS; taxa de administração anual: 1,40%.
- CAIXA FMP – Vale do Rio Doce – Migração: Sem valor de aplicação inicial; público-alvo: pessoas físicas e FMP – FGTS Carteira Livre; taxa de administração anual: 1,90%.
Quem pode investir nos FMPs?
Qualquer trabalhador com saldo no FGTS pode investir nos Fundos Mútuos de Privatização. No entanto, há um limite de 50% do saldo disponível no FGTS para esse tipo de investimento, e é necessário que o saldo atinja o valor mínimo exigido pelo FMP.
É importante notar que também é possível investir em FMP por meio de fontes de financiamento distintas do FGTS. Para fazer isso, é necessário abrir uma conta em uma corretora que ofereça essa modalidade de aplicação financeira.
Consultando o Fundo Mútuo de Privatização
A consulta sobre a aplicação nos FMPs pode ser feita pelo aplicativo do FGTS. Lá, o trabalhador pode verificar o saldo disponível para investimento em FMP, simular a aplicação e autorizar uma instituição administradora de FMP-FGTS a efetuar a reserva dos valores para aplicação em FMP, se assim desejar. Além disso, as informações sobre os FMPs também podem ser obtidas nas agências da Caixa Econômica.
Como investir em Fundos Mútuos?
Investir em fundos mútuos requer uma análise cuidadosa. É importante escolher um fundo alinhado com seus objetivos financeiros e perfil de risco. Avaliar o histórico do gestor do fundo, a taxa de administração e o desempenho do fundo também é crucial.
Para investir em Fundo Mútuo de Privatização, a Caixa orienta o seguinte processo:
- No menu principal do aplicativo do FGTS, clique na opção “Autorizar bancos a consultarem seu FGTS”.
- Autorize a consulta das informações do FGTS pela Administradora FMP escolhida.
- Selecione o FMP disponível.
- Confirme clicando em “Visualizar termo”.
- Aceite os termos para autorizar a Administradora FMP.
- Digite o nome da Administradora FMP-FGTS.
- Após selecionar a Administradora, autorize clicando na opção “Sim”.
Dessa forma, o trabalhador pode iniciar o processo de solicitação para investir nos FMPs.
Vantagens e desvantagens dos FMPs
Uma das principais vantagens dos FMPs é que oferecem uma oportunidade de diversificação dos recursos contidos no FGTS. Os trabalhadores podem se beneficiar das variações nos preços das ações que compõem o fundo.
No entanto, uma desvantagem significativa é que, ao investir em FMPs, o rendimento garantido do FGTS é substituído por um rendimento variável.
Isso significa que o retorno do investimento está diretamente ligado ao desempenho das ações das empresas. Além disso, as taxas de administração podem impactar a rentabilidade, uma vez que variam de acordo com a instituição que gerencia o fundo.
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