Segundo informações divulgadas pela Superintendência de Arqueologia, Belas Artes e Paisagem, a representação do cão na tumba descoberta por arqueólogos italianos inspirou a denominação convencional deste mausoléu como a “Tumba do Cérbero”, o cão de três cabeças, guardião do reino de Hades, o deus dos mortos, na mitologia grega. Siga a leitura e saiba mais detalhes.
A lenda redescoberta
Em uma emocionante descoberta arqueológica, pesquisadores encontraram uma tumba de 2 mil anos de antiguidade, em um estado de preservação impressionante, nas terras agrícolas do município de Giugliano, localizado na região da Campânia, na Itália.
Este sítio histórico revelou várias pinturas notáveis, incluindo uma representação de Cérbero, o monstruoso cão de três cabeças da mitologia grega que guarda as portas do submundo. Continue lendo a seguir, e saiba mais detalhes sobre a inusitada revelação.
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Entenda a pesquisa arqueológica
A revelação dessa importante descoberta foi feita pela Superintendência de Arqueologia, Belas Artes e Paisagem para a Área Metropolitana de Nápoles, em 6 de outubro.
O achado foi realizado graças a um programa de obras conduzido pela empresa italiana de abastecimento de água, Acqua Campania S.p.A.
O primeiro a explorar a tumba, após a cuidadosa remoção das telhas que a cobriam, foi o Superintendente de Arqueologia, Belas Artes e Paisagem, Mariano Nuzzo. Em seu comunicado, Nuzzo expressou a indescritível emoção diante do privilégio de uma descoberta de tamanha relevância.
Ele também destacou que o território de Giugliano, após anos de esquecimento, está finalmente revelando vestígios significativos de seu glorioso passado, que devem ser preservados e protegidos por meio de esforços conjuntos.
A tumba do Cérbero
As paredes e o teto do espaço revelam impressionantes cenas mitológicas. Entre elas, o afresco de Cérbero destaca-se, mostrando o temido cão de três cabeças, guardião do reino de Hades, o deus dos mortos, conforme mostra a imagem abaixo.
Na pintura, Cérbero está entre um homem nu, possivelmente representando o herói Hércules, e o deus mensageiro Hermes. Esse cenário sugere a narrativa do último dos doze trabalhos de Hércules, que consistia na captura do terrível cão monstruoso.
A representação do cão na tumba inspirou a denominação convencional deste mausoléu como a “Tumba do Cérbero”, segundo informações divulgadas pela Superintendência de Arqueologia, Belas Artes e Paisagem.
Além do afresco de Cérbero, a tumba apresenta outras imagens ligadas à mitologia, incluindo a representação de ictiocentauros, criaturas míticas que combinam características de homens, peixes e cavalos, segurando um clípeo, um antigo escudo usado por guerreiros gregos e romanos.
Essas figuras são acompanhadas por erotes, pequenos deuses alados, filhos de Afrodite, a deusa da beleza, que são retratados como bebês e estão associados ao amor e às relações sexuais.
Dentro da tumba encontra-se um leito funerário que abriga os restos de um indivíduo, rodeado por um rico acervo de objetos. Também há um altar adornado com vasos ritualísticos.
Funerais de 400 anos
Investigações preliminares na área revelaram sepulturas com diferentes rituais funerários, incluindo enterros e cremações.
Essa diversidade sugere que os arredores da tumba serviram para propósitos funerários ao longo de, pelo menos, quatro séculos, abrangendo desde a era republicana até a imperial romana.
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