Após quase cinco anos imersa em um processo de recuperação judicial, a Saraiva, uma das grandes livrarias do país, entrou com um pedido de autofalência na última quarta-feira (4), reconhecendo sua incapacidade de quitar suas obrigações financeiras. A livraria já havia fechado todas as lojas físicas há duas semanas. Saiba mais detalhes, a seguir.
Deixará saudades
A conhecida rede de livrarias Saraiva surpreendeu o mercado ao entrar com um pedido de autofalência na Justiça na última quarta-feira (4).
Após quase cinco anos imersa em um processo de recuperação judicial, a empresa admitiu sua própria insolvência, reconhecendo sua incapacidade de quitar suas obrigações financeiras.
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Saraiva fecha as portas
A empresa emitiu um comunicado oficial, informando que o pedido foi protocolado na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca da Capital do Estado de São Paulo.
Além disso, a Saraiva anunciou que não conta mais com os serviços da RSM Brasil Auditores Independentes como sua auditora.
Essa decisão drástica vem quase duas semanas após o anúncio de que a Saraiva fecharia todas as suas lojas físicas e demitiria todos os funcionários da operação presencial, mantendo apenas suas operações no comércio eletrônico.
A renúncia do então presidente e diretor de relações com investidores da companhia, Jorge Saraiva Neto, e do vice-presidente Oscar Pessoa Filho, no dia 23 de setembro, também contribuiu para a instabilidade na empresa.
O que significa autofalência?
Segundo a legislação brasileira, o pedido de falência pode ser iniciado tanto por credores e acionistas quanto pela própria empresa devedora. No último caso, é denominado “pedido de autofalência.”
Geralmente, esse pedido ocorre quando a empresa não possui recursos financeiros suficientes para quitar suas dívidas, resultando em um passivo maior do que os ativos disponíveis.
A história da livraria
A trajetória da Saraiva, a maior rede de livrarias do Brasil, remonta a 1914, quando foi fundada em São Paulo pelo imigrante português Joaquim Ignácio da Fonseca Saraiva. Inicialmente, a livraria focava na edição de livros jurídicos, situando-se próxima à Faculdade de Direito do Largo São Francisco.
Sua expansão significativa teve início na década de 1970, com a abertura da segunda loja na Praça da Sé. Nos anos seguintes, a rede se espalhou para shoppings e outros estados do país.
No entanto, a empresa enfrentou desafios a partir de 2014, quando a economia brasileira estagnou. Diversos fatores, como a greve dos caminhoneiros, a Copa do Mundo, problemas com fornecedores de tecnologia e desafios na implementação de um novo sistema de gestão interno, impactaram negativamente o faturamento da Saraiva.
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*Com informações do g1.