Toda mulher brasileira tem estes DIREITOS e poucas sabem

Uma pesquisa recente revelou que as mulheres brasileiras ainda não têm pleno conhecimento das recomendações e direitos relacionados ao câncer de mama.

Realizado com 1.400 mulheres, com idades a partir dos 20 anos, o estudo destacou que 63% delas acreditam, erroneamente, que o autoexame é a principal medida para detectar precocemente o câncer de mama.

Os dados fazem parte da pesquisa “Câncer de Mama no Brasil: Desafios e Direitos”, conduzida pelo Instituto de Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), a pedido da Pfizer. Continue lendo para saber mais informações reveladas pelo estudo.

Um estudo revelou que as mulheres brasileiras ainda desconhecem seus direitos.
Um estudo revelou que as mulheres brasileiras ainda desconhecem seus direitos./ Crédito: Reprodução Envato

Mulheres desconhecem seus direitos em relação ao câncer de mama

A pesquisa ouviu mulheres na cidade de São Paulo e nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Distrito Federal, Recife e Belém e os resultados foram divulgados durante uma coletiva de imprensa do Coletivo Pink.

O autoexame, embora importante para o conhecimento do próprio corpo, só consegue detectar tumores com mais de um centímetro.

Por este motivo, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda que mulheres a partir dos 40 anos realizem mamografias anualmente, quando há histórico da doença na família.

No entanto, apenas 47% das entrevistadas, entre 40 e 49 anos, afirmaram ter feito a mamografia nos 18 meses anteriores à pesquisa.

Câncer de mama: diagnóstico precoce eleva chances de cura

O câncer de mama é um dos tumores mais diagnosticados globalmente e a principal causa de morte por câncer entre as mulheres em todas as regiões do Brasil, com exceção no Norte, onde o câncer de colo de útero lidera.

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que entre 2023 e 2025 ocorrerão 74 mil novos casos da doença no país.

A pesquisa também revelou equívocos sobre as causas do câncer de mama, com 71% das participantes apontando erroneamente a herança genética como a principal causa.

No entanto, fatores como o consumo de álcool, obesidade, alimentação e sedentarismo desempenham um papel importante, sendo chamados de “fatores de risco modificáveis” pela ciência.

A maioria das entrevistadas não identificou a relação entre o consumo de álcool e a doença, e muitas desconhecem o impacto do excesso de peso, principalmente após a menopausa.

A pandemia pode ter levado a diagnósticos precoces não realizados, já que 22% das entrevistadas afirmaram retomar os cuidados médicos em 2021, e 13% apenas em 2023.

Direitos das mulheres: acesso garantido ao diagnóstico

Quanto aos direitos das pessoas diagnosticadas, 44% das mulheres desconhecem o direito ao tempo limite de diagnóstico pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que determina que exames de confirmação devem ser feitos em 30 dias, com início do tratamento em até 60 dias após a comprovação.

A pesquisa também apontou que apenas 44% das participantes sabiam da existência da Consulta Pública, ferramenta de participação social relacionada à saúde.

A pesquisa examinou ainda a percepção das mulheres sobre os direitos, medidas e decisões de médicos e familiares em casos de possibilidade de morte devido ao câncer de mama. A maioria não saberia como agir, mas espera que os médicos sejam sinceros sobre o tempo de vida esperado.

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Desigualdade no tratamento entre os estados do país

A pesquisa destacou desigualdades no acesso ao tratamento do câncer de mama, com 28% das entrevistadas indicando acesso desigual no país. As mulheres de condição socioeconômica mais baixa têm mais dificuldade de acesso e, segundo a oncologista Solange Sanches, essa realidade afeta especialmente as mulheres negras no Brasil.

O tratamento avançou para quem tem plano de saúde, segundo 19% das entrevistadas, enquanto as pacientes da rede pública ainda não têm acesso às medicações mais modernas.

Uma em cada cinco mulheres com mais de 60 anos acredita que as brasileiras ainda enfrentam dificuldades para obter remédios utilizados em outros países.

Além dos resultados da pesquisa, o Coletivo Pink anunciou um projeto especial para o mês de outubro, dedicado à conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama.

O projeto “Coletivo Pink – Por um Outubro Além do Rosa” acontecerá na área externa da Biblioteca do Parque Villa-Lobos, em São Paulo, de 1 a 22 de outubro de 2023.

Uma estrutura em formato de mama gigante abrigará uma exposição sobre mulheres que impactaram o cenário global do câncer de mama. A programação incluirá oficinas, atividades socioculturais, debates com especialistas e serviços de mamografia.

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