Quantos PIX o MEI pode fazer por mês para não perder CNPJ; entenda

O uso frequente do Pix pode ter implicações para o MEI? Entenda aqui como este tipo de movimentação financeira pode impactar o microempreendedor individual

O Pix revolucionou as operações financeiras no Brasil, ganhando rapidamente popularidade entre a população e os empresários. No entanto, muitos microempreendedores individuais (MEIs) ainda desconhecem a legislação para o uso deste sistema de transações financeiras instantâneas, desenvolvido pelo Banco Central.

Atualmente, o uso excessivo deste método de transferência bancária pode ter consequências desfavoráveis para sua situação como MEI, caso não sejam tomadas as precauções necessárias na gestão das transações vinculadas ao CNPJ. A seguir, entenda todas as implicações e saiba como proceder.

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Excesso de uso do PIX pode impactar atividade do MEI / Foto: Jeane de Oliveira / noticiadamanha.com.br

Quantos PIX o MEI pode fazer?

A raiz desta preocupação reside no Convênio ICMS Nº 166, que entrou em vigor em setembro do ano passado. Este convênio estipula que os bancos e instituições financeiras devem relatar à Receita Federal todas as movimentações financeiras, através da Declaração de Informações de Meios de Pagamentos (DIMP), incluindo aquelas realizadas via Pix. Desta forma, as informações relacionadas aos recebimentos via Pix podem revelar se uma empresa ultrapassou o limite de faturamento permitido, atualmente fixado em R$ 81 mil por ano.

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Excesso de Pix pode impactar atividade do MEI

Isto significa que cada transação financeira realizada, em contas pessoais ou empresariais, é confrontada com os dados declarados através do CNPJ ou CPF. Em resumo, as transferências bancárias e pagamentos feitos usando este sistema de pagamento em tempo real têm o potencial de expor se um CNPJ excedeu o limite de receitas estabelecido, o que pode resultar não apenas no desenquadramento como MEI, mas também em sérias implicações fiscais, incluindo a possibilidade de evasão fiscal.

De acordo com uma pesquisa envolvendo mais de 6 mil usuários, impressionantes 93% estão dispostos a aceitar pagamentos via Pix, revelando que essa ferramenta é a principal fonte de receita para mais da metade dos MEIs, totalizando 54,93%. Portanto, é muito importante que os microempreendedores realizem uma clara distinção entre as transações relacionadas ao seu negócio e as pessoais, mantendo contas separadas para cada finalidade.

Emissão de nota fiscal pode evitar problemas

Outro aspecto crucial a considerar é a importância da emissão de notas fiscais para todas as operações relacionadas ao CNPJ. É altamente recomendável que os valores sejam devidamente informados na Declaração Anual do Simples Nacional (DASN-Simei). Uma vez que a Receita Federal tem acesso às informações das transações realizadas através de cartão de crédito, débito e Pix, a conciliação destes dados com as notas fiscais emitidas se torna uma tarefa fácil.

É importante destacar que, além do risco de exclusão do Simples Nacional, em função de possíveis irregularidades detectadas pela Receita, a falta de emissão de notas fiscais em operações comerciais envolvendo o Pix pode ser considerada um ato de sonegação fiscal, que é sujeita a multas pelo não cumprimento das obrigações acessórias e ao não pagamento de impostos dentro dos prazos estabelecidos por lei. A prudência e a conformidade fiscal são fundamentais para os MEIs que utilizam regularmente o Pix como forma de pagamento.

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