Condenada por premeditar o assassinato dos pais em 2002, Suzane Von Richthofen segue tentando voltar a uma vida “normal” após conseguir progressão de pena para o regime aberto. Namorando um médico e esperando seu primeiro filho, Suzane enfrenta o preconceito da sociedade e, principalmente, da ex-esposa de seu atual namorado, que teme pela convivência de suas filhas com a ex-condenada. Entenda mais detalhes sobre o caso, a seguir.
Dinamite com gasolina
A médica Sílvia Constantino Franco, 44 anos, está vivendo um verdadeiro pesadelo. Em entrevista ao programa “Encontro” da TV Globo, a mãe de três meninas expressou sua preocupação e medo em relação à convivência das filhas com Suzane von Richthofen.
Suzane está atualmente em um relacionamento com o pai das meninas, o médico Felipe Zecchini Muniz, 40 anos, e está esperando um filho dele. Continue a leitura, a seguir, para saber, em detalhes, o drama da médica ao temer pela segurança de suas filhas.
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Médica luta pela guarda das filhas por temor a “madrasta”
Sílvia falou abertamente sobre o temperamento inconstante do ex-companheiro e sua preocupação com as consequências dessa união. “Eu conheço [o que foi] meu casamento. Ele é uma pessoa estourada, e meio instável. Não acho que possa ser um relacionamento muito saudável. É como se juntasse dinamite com gasolina e minhas filhas estão do lado”, lamentou ela.
Ela esteve casada com Felipe por aproximadamente dez anos. O término do relacionamento foi tumultuado, deixando Sílvia emocionalmente fragilizada. Nesse estado, ela cedeu a guarda das meninas para o pai, permitindo que elas mantivessem a mesma rotina escolar e o mesmo círculo de amigos em Bragança Paulista, interior de São Paulo.
A médica disse que não foi informada por Felipe sobre o seu novo relacionamento com Suzane. Ela ficou sabendo da notícia através de vizinhos, que lhe enviaram fotos pela internet. “Eu fiquei sabendo através de pessoas que moram em Bragança, que me enviaram fotos pela internet. No início eu não consegui acreditar, pensei que fosse montagem. Mas falei com a minha filha e ela confirmou tudo. Eu fiquei bem assustada e essa foi a última vez que falei com elas[as filhas]”, revelou ela.
A batalha judicial
Após saber do novo relacionamento de Felipe, Sílvia entrou com uma ação na justiça pedindo a guarda das meninas. Infelizmente para ela, a liminar foi negada em 19 de setembro. A decisão descreveu que não havia elementos que garantissem que o exercício da guarda, pela mãe, se mostrasse a medida que melhor atende ao bem-estar das meninas e que não ficou comprovado que as meninas correm algum risco por conviverem com a madrasta Suzane von Richthofen.
A sentença também determinou a realização de um estudo psicossocial para avaliar se a integridade física e psíquica das crianças está em risco. Somente após essa avaliação será decidido quem ficará com a guarda. Segundo a médica, a expectativa é que a justiça compreenda melhor a situação como de fato ela precisa ser interpretada. Silvia concluiu que, pelo bem de suas filhas, gostaria muito que essa guarda ficasse mais favorável à mãe para poder afastar as filhas da situação.
Vida no interior e gravidez
Suzane von Richthofen, condenada pela morte dos próprios pais, está em regime aberto desde janeiro deste ano. Além de estudar biomedicina e vender produtos de seu ateliê de costura na internet, Suzane também prestou concurso público para uma vaga como telefonista na Câmara Municipal de Avaré.
Ela e Felipe se conheceram pela internet e começaram a namorar. Depois da confirmação da gravidez, Suzane mudou-se para morar com Felipe em Bragança Paulista. O relacionamento não foi bem recebido no hospital onde Felipe ocupava um cargo de chefia, resultando em sua demissão.
A chegada de Suzane ao condomínio onde Felipe mora causou desconforto entre os moradores. O jornalista Ulisses Campbell, autor de uma biografia de Suzane, revelou que a presença da jovem condenada tem chocado a tranquila população local. “A assassina tem chocado a pacata população local ao fazer caminhadas matinais na calçada do lago Taboão, um ponto turístico do município”, ressaltou o jornalista.
O caminho até a liberdade
Suzane von Richthofen, agora com 39 anos, está cumprindo pena desde 2002. Foi condenada a 39 anos e seis meses de prisão pela participação no brutal assassinato de seus pais, Manfred Albert von Richthofen, engenheiro, e Marísia von Richthofen, psiquiatra. Os dois foram mortos em sua própria casa, vítimas de golpes contundentes de uma barra de ferro. Segundo os registros judiciais, Suzane arquitetou o crime, contando com o auxílio do então namorado, Daniel Cravinhos, e do irmão deste, Cristian Cravinhos, na execução do casal.
No entanto, ao longo dos anos, Suzane buscou revogar parte de sua sentença, apresentando diversos pedidos de revisão. Com sucesso, conseguiu diminuir a pena para 34 anos e 4 meses. A expectativa é que ela cumpra integralmente sua sentença em 25 de fevereiro de 2038. Desde que foi detida, Suzane teve sua primeira oportunidade de sair da prisão temporariamente em março de 2016, quando conquistou o regime semiaberto e ganhou o direito à saída temporária de Páscoa. Em setembro do ano passado, ela obteve mais uma “saidinha temporária”, que gerou repercussão devido à sua aparência cuidadosamente arranjada e bem vestida, tornando-se alvo de numerosas postagens nas redes sociais.
Desde 2017, Suzane tentava progredir para o regime aberto, mas todos os pedidos foram negados até então. No início deste ano, ela finalmente conquistou esse benefício. Neste novo regime de liberdade, Suzane tem que seguir algumas regras: durante o dia, ela pode sair e até trabalhar, mas à noite precisa se recolher em uma casa de albergado, conforme determinado pela Justiça. Se decidir mudar de endereço novamente, precisará obter antes a autorização do Poder Judiciário.
Suzane, a empreendedora
Após deixar o presídio, Suzane decidiu trilhar o caminho do empreendedorismo. Ela se registrou como Microempreendedor Individual (MEI) no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de Angatuba e tornou-se proprietária de um ateliê de costura.
Batizado de “Su Entre Linhas”, o perfil do negócio no Instagram já acumula quase 30 mil seguidores. Suzane não possui uma loja física, comercializando suas peças exclusivamente pela internet. Inclusive, já conta com clientes até fora do Brasil.
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*Com informações do g1 e TV Globo