Até um tempo atrás, ter alguma moeda antiga que já está fora de circulação há um bom tempo, era um mero sinal de saudosismo ou apego aos bens materiais. No entanto, a venda de moedas raras tem vivenciado um período bem favorável financeiramente no Brasil, hoje em dia, especialmente após o lançamento das moedas comemorativas das Olimpíadas. Continue a leitura, logo abaixo, e saiba um pouco mais sobre uma valiosa moeda de 50 centavos.
Seu tesouro empoeirado
O mercado numismático, relacionado diretamente a comercialização e especialização em moedas consideradas raras ou únicas, tem crescido de maneira expressiva em terras brasileiras nos últimos anos.
Com isso, muitos brasileiros que guardavam moedinhas antigas por mero saudosismo de um marcante passado, seja do plano real, cruzeiro, cruzado ou até réis, passaram a ver o símbolo de um distante tempo como uma oportunidade única para conseguirem boas somas de dinheiro, já que, a depender da característica de cada moeda, muitas podem estar, atualmente, muito valorizadas e o que valia 10 centavos pode estar valendo milhares de reais.
Continue a leitura, logo abaixo, e saiba curiosidade sobre uma moeda de 50 centavos, que, por ser muito visada, tem sido alvo até de falsificações.
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A mula de 50 centavos
Uma moeda rara de 50 centavos, conhecida como ‘mula’ ou moeda híbrida, pode ter um valor significativamente maior do que o esperado devido a um erro de produção que resultou na presença do número 5 em vez de 50.
Embora o erro tenha sido identificado rapidamente e a maioria das moedas tenha sido recolhida e devolvida aos cofres, algumas milhares delas entraram em circulação, despertando o interesse de colecionadores aficionados por erros de cunhagem e que pagam altos valores por essas moedas ‘defeituosas’.
Infelizmente, nos últimos dez anos, essa moeda tem sido alvo de falsificações em diversos locais, o que tornou sua venda mais desafiadora, já que muitas cópias falsificadas foram produzidas exclusivamente para serem comercializadas entre colecionadores.
Venda de moedas raras no Brasil
A venda de moedas raras tem vivenciado um período bem lucrativo no Brasil, especialmente após o lançamento das moedas comemorativas das Olimpíadas. Isso motivou muitas pessoas a iniciarem suas coleções e a explorarem o mercado online para a compra e venda de moedas. Esse cenário serviu como ponto de partida para que colecionadores amadores se aproximassem de numismatas, os estudiosos dedicados ao estudo de moedas e peças de valor.
Em recente entrevista ao Portal Terra, Hilton Lucio, numismata com quatro décadas de experiência e diretor de comunicação da SNB – Sociedade Numismática Brasileira, relembra como começou sua trajetória nesse mundo fascinante. “Assim como a maioria dos numismatas, comecei minha jornada colecionando algumas moedas que encontrei na casa da minha avó materna. Quando criança, eu não tinha conhecimento da existência de moedas diferentes de outros países. Com o tempo, porém, meu interesse e estudo sobre o assunto cresceram”, recorda Hilton.
O valor de uma moeda
A avaliação do valor das moedas raras é determinada pelo seu estado de conservação. Na numismática, existe uma padronização que classifica as moedas em categorias pré-determinadas, de acordo com seu grau de conservação e desgaste, utilizando as seguintes siglas:
- FC (Flor de Cunho): Ausência total de desgaste ou manuseio.
- S (Soberba): Preservação de cerca de 90% dos detalhes da cunhagem original.
- MBC (Muito Bem Conservada): Manutenção de aproximadamente 70% dos detalhes da cunhagem original, com desgaste homogêneo.
- BC (Bem Conservada): Conservação de aproximadamente 50% dos detalhes da cunhagem original, permitindo que alguns detalhes se destaquem mais em determinadas áreas da moeda.
- R (Regular): Preservação mínima de 25% dos detalhes da cunhagem original, com desgaste irregular e evidente nas bordas da moeda.
- UTG (Um Tanto Gasta): Exibição apenas da silhueta da figura principal e das letras da periferia, com a orla desgastada. Geralmente, essas moedas não são colecionáveis, a menos que sejam extremamente raras.
Oswaldo também enfatiza que, para uma coleção, é preferível que a moeda se assemelhe o máximo possível ao estado em que saiu da máquina cunhadora. Ele explica que moedas excessivamente gastas devido à circulação não atraem o interesse dos colecionadores, a menos que sejam classificadas como raras. “É importante considerar que uma moeda rara é aquela da qual existem menos de 100 unidades disponíveis no mundo. Não se deve considerar rara uma moeda quando existem 20 milhões delas circulando”, acrescenta Oswaldo. O número de moedas produzidas desempenha um papel crucial em determinar seu valor colecionável.
Quem compra moedas raras?
Segundo Oswaldo Rodrigues, o valor de uma moeda rara é influenciado por vários fatores. Ele enfatiza a importância de entender o assunto, bem como as especificidades de cada peça e o funcionamento do mercado. Rodrigues ressalta que a SNB não compra, vende ou avalia moedas numismáticas devido a questões estatutárias e legais. Sendo assim, os comerciantes são os compradores em busca das peças que lhes interessam e que estão em falta para oferecer aos colecionadores.
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*Com informações do Terra.