Golpes do Pix – A tecnologia financeira, que promete agilizar e facilitar as transações, tem seu lado obscuro: um estudo recente revela que o número de golpes realizados por meio do PIX, o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, disparou no último ano. Como equilibrar os avanços em eficiência com a segurança dos usuários? Os números e novidades para o ano de 2023 desenham um cenário complexo.
Pix é muito usado por golpistas
Lançado com a promessa de revolucionar o sistema de pagamentos no Brasil, o PIX tem visto sua popularidade crescer exponencialmente. De acordo com dados divulgados pelo Banco Central, em 2022, 67% das transferências foram feitas entre pessoas, 23% entre pessoas e empresas, e 19% através de QR Code. No entanto, um estudo da fintech Silverguard apontou que a crescente adesão ao PIX não veio sem problemas. O relatório mostra que um em cada cinco brasileiros já foi alvo de tentativa de golpe via PIX e que cerca de 1,7 milhão de golpes foram aplicados durante o ano de 2022.
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Os golpistas estão se tornando cada vez mais criativos e explorando diversas táticas para enganar os usuários. Entre as mais comuns estão: a simulação de centrais bancárias, onde os criminosos se passam por representantes das instituições financeiras; a criação de lojas ou produtos falsos; o uso de redes sociais hackeadas para fazer pedidos de dinheiro; e até a oferta de investimentos fictícios.
Dada a situação, o Banco Central anunciou novas regras para o PIX em 2023. Ao contrário do ano anterior, quando não era necessário estabelecer um limite para as transações, agora os usuários deverão informar ao banco um teto para suas operações em determinados períodos. Além disso, uma nova medida de segurança foi implementada para transações realizadas entre 20h e 6h. Durante esse período, o limite padrão para transferências será de R$ 1.000, a menos que o cliente opte por modificar essa quantia.
Mais novidades
Outra novidade é o aprimoramento das ferramentas “Pix Saque” e “Pix Troco”. Embora já existentes, elas agora terão novos limites de utilização. Segundo o Banco Central, durante o dia, o valor máximo para saques será de R$ 3.000, e à noite, de R$ 1.000. Essas mudanças vêm como tentativas de equilibrar a agilidade e o dinamismo das operações financeiras com a segurança dos usuários, tornando a plataforma mais robusta contra atividades criminosas.
É indiscutível que o PIX veio para ficar e transformar a forma como lidamos com dinheiro no dia a dia. No entanto, a ampla aceitação e os números crescentes de transações também atraem o olhar de indivíduos mal-intencionados. Dessa forma, tanto as instituições financeiras quanto os órgãos reguladores têm o desafio de manter a integridade do sistema, sem sufocar as inovações que o tornam tão atraente. Afinal, com grandes poderes vêm grandes responsabilidades, e o PIX não é exceção a essa regra. O avanço tecnológico exige um eterno jogo de gato e rato entre segurança e eficiência. Com as novas medidas, espera-se ao menos reduzir a ação de golpistas, embora ainda seja cedo para determinar o impacto real dessas mudanças.
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